O prazo final é domingo

O prazo final é domingo

"Minha impressão é de que o Grêmio vai mudar, independentemente do resultado de domingo, e a ideia é buscar alguém que tenha uma liderança incontestável."

Nando Gross

Tiago Nunes ou vence o Atlético Goianiense, ou está fora

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Todos sabemos que os resultados de campo determinam as decisões dos dirigentes esportivos. Um clube grande tem um limite para derrotas e fracassos e o Grêmio parece ter determinado que este limite se encerra neste domingo. Ou o time vence o Atlético Goianiense, na Arena, ou Tiago Nunes será demitido. Depois de uma arrancada com o título gaúcho e um aproveitamento de quase cem por cento na Copa Sul-Americana, o que levou o time gremista a cair tanto de produção? Seriam apenas os adversários de maior qualidade ou a relação com os atletas teve algum desgaste?

Hoje não temos acesso a treinamentos, portanto a observação fica restrita aos jogos e às explicações que são prestadas nas entrevistas coletivas. Vejo os jogadores do Grêmio nervosos em campo, coletivamente é um time espaçado, que não pressiona o adversário no seu sistema de marcação e que deixa seus zagueiros expostos o tempo todo. Com a posse de bola, o Grêmio não tem alternativa ofensiva, passa a impressão de que ninguém se conhece, de que foram apresentados um dia antes da partida para jogar.

O que aconteceu em Caxias do Sul, após a derrota contra o Juventude foi muito estranho, os dirigentes fizeram uma longa reunião e mais de uma hora depois do final da partida, o vice de futebol, Marcos Hermann, chegou para a entrevista coletiva. Evidente que a primeira pergunta era sobre a permanência ou não de Tiago Nunes. Hermann não respondeu, falou sobre o mau resultado, que o Grêmio teve mais posse de bola e de que as coisas precisam melhorar. Na sequência o outro repórter repetiu a questão e sem nenhuma convicção, Marcos Hermann afirmou que a troca não seria “neste momento” e que até domingo era preciso criar um fato novo.

Tiago Nunes apareceu para dar entrevista na sequência para tentar explicar por que seu time jogou seis partidas e não venceu nenhuma. E ainda teve o presidente Romildo Bolzan Júnior. para dizer que o tal “fato novo” era a vitória no domingo. Ou seja, ou vence o Atlético Goianiense, ou está fora. Não me parece ser este o perfil de gestão do presidente Bolzan, o que me leva a crer que o Grêmio esteja apenas ganhando tempo, mas a decisão está tomada com relação à mudança. O presidente fala em momento de transição e é verdade, mas uma transição não pode determinar uma queda tão profunda de rendimento sendo que os mesmos jogadores continuam no clube.

Minha impressão é de que o Grêmio vai mudar, independentemente do resultado de domingo, e a ideia é buscar alguém que tenha uma liderança incontestável, como acontecia com Renato. Por isso mesmo que não descartei em momento algum o nome de Luiz Felipe Scolari. Independentemente do seu conceito de futebol, é um nome que todos respeitam e o momento agora exige pressa para sair da zona de rebaixamento e ainda disputar os dois títulos possíveis da temporada, a Copa do Brasil e a Sul-Americana. Acredito que o diagnóstico está feito e a decisão já está tomada.

Inter em queda

Aguirre achou o melhor time do Inter na sua estreia contra a Chapecoense, mas logo vieram as trocas por conta do calendário e uma mudança de característica no meio em relação ao jogo de estreia. Estes dois fatores determinaram a queda de rendimento e consequentemente os maus resultados. Com Dourado e Edenilson mais atrás, Caio Vidal, Maurício e Patrick numa linha de três e Yuri Alberto à frente, o Inter ganhou da Chapecoense e teve um desempenho muito bom. Depois deste jogo, Aguirre abandonou este modelo e apostou em Dourado e Johnny atuando juntos.

A vitória é que define

Entendo a necessidade de se trabalhar de forma científica e evitar riscos de lesões em atletas, mas todos sabemos que sempre haverá risco e é absolutamente impossível alguém determinar o risco zero. É sim importante analisar todos os dados, mas sempre é preciso observar também o funcionamento de cada atleta dentro de campo. O risco faz parte do esporte, um grande clube tem que ambicionar títulos e não apenas comemorar no final da temporada que foi o time com o menor número de lesões. Evidente que é algo a ser comemorado, mas não pode ser o objetivo em um planejamento.

Messi está no mercado

Lionel Messi está sem clube pela primeira vez na carreira e pode acertar com qualquer time do mundo. O presidente do Barcelona, Joan Laporta, garante que o acerto só não saiu ainda por causa das regras do Fair Play Financeiro. O principal entrave na negociação é a questão salarial. Para garantir a sustentabilidade econômica das equipes, a La Liga, entidade reguladora do futebol na Espanha, limita os gastos dos times a partir das receitas que são geradas. Mas a entidade também sabe que cairiam muitos os valores dos direitos de transmissão do campeonato sem a presença de Messi, sua principal atração.


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