Agora é com Aguirre

Agora é com Aguirre

"Diego Aguirre me parece um sujeito pragmático, e isto vai fazer com que ele simplifique as ações em um primeiro momento"

Nando Gross

Aguirre assistiu de camarote a má atuação colorada diante do Ceará

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Diego Aguirre estava no Beira-Rio no domingo e acompanhou a péssima atuação colorada contra o Ceará. O Inter escapou de perder, mostrou uma desorganização coletiva e um grau de nervosismo em campo que chamaram a atenção de todos. Com certeza, o mais atento era o novo técnico colorado, observando tudo dos camarotes do Beira-Rio.

Aguirre, na sua entrevista coletiva, não reclamou do pouco tempo para trabalhar e elogiou o grupo de jogadores. Afirmou que conhece o clube, o futebol brasileiro e não precisa de tempo algum de adaptação. Mas como vai jogar o seu time?

Diego Aguirre me parece um sujeito pragmático, e isto vai fazer com que ele simplifique as ações em um primeiro momento, escalando os jogadores em um modelo no qual o time possa render mais. Com pressão alta, compactação e transição rápida, o time de Coudet foi líder do Brasileirão. E com Abel, numa ideia mais reativa, mas usando a pressão alta nos seus melhores momentos, estes mesmos jogadores foram vice-campeões do Brasileirão. Aguirre está informado sobre tudo isso e não deverá cometer os erros primários protagonizados por Miguel Ángel Ramírez nesta temporada.

Hora de renovar

Mesmo jogando um futebol até o momento bem abaixo do esperado, o Grêmio tem boas chances de conquistar mais um ou dois títulos na temporada. Na Copa do Brasil, o sorteio apontou o Vitória de Salvador no caminho do Tricolor, um adversário bem possível de ser batido. Na Sul-Americana, os rivais não são do primeiro nível do continente.

É verdade que o Grêmio vem jogando mal, mas neste modelo de competição é bem possível que possa levantar uma taça. É evidente que Tiago Nunes terá que ajudar o contexto e melhorar o futebol que vem sendo apresentado até agora. O problema imediato é o Brasileirão de pontos corridos, no qual, em três jogos, o time gremista tem três derrotas e atuações muito fracas.

O Grêmio se defende mal e não tem nenhuma criatividade ofensiva, isto o técnico terá de resolver. Algumas escolhas não se justificam na equipe e neste momento acontece o mesmo fenômeno que se passa com times onde o trabalho coletivo não é bom: todos os jogadores caem de produção e o torcedor passa a acreditar que ninguém mais joga nada.

Está evidente que o Grêmio precisa de uma renovação, e ela começa pelo setor de meio-campo, onde a lentidão tem sido uma constante. Thiago Santos não pode ser o homem para começar as jogadas ofensivas, este era o modelo de Renato, mas com Walace, Maicon, Arthur e outros jogadores desta característica, como Matheus Henrique, Fernando Henrique e Victor Bobsin. Se Thiago será o titular, este início de jogadas terá de ser mudado, ou com Rafinha pelo lado, ou por dentro com Matheus Henrique, Jean Pyerre, ou se ganharem espaço, Bobsin e Fernando Henrique, mas não Thiago Santos. Ele pode ser útil, mas não com esta função no time.

A Seleção de 1970

Rivelino disse esta semana, em entrevista com o Benja, o jornalista Benjamin Back, que Neymar jogaria na Seleção de 1970 no lugar de Tostão. Na sequência, também colocou Romário como outro que tiraria Tostão do time titular. Aquela era uma equipe tão genial que fica difícil imaginar quem sairia para entrar este ou aquele jogador, mas com certeza ao longo dos anos surgiram alguns nomes com potencial para estarem naquele time, não muitos, Romário e Neymar, com certeza, estariam nesta lista, junto com Ronaldinho, Ronaldo, Falcão, Zico e Rivaldo. Agora, quanto a serem titulares, é algo bastante complicado de definir.


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