A vitória é que define

A vitória é que define

"Realmente o Inter fica mais tempo com a bola e propõe mais o jogo do que o seu adversário. Mas o time colorado finaliza muito pouco."

Nando Gross

No Gre-Nal, além do gol de Dourado, na bola parada, existem apenas mais duas finalizações no gol

publicidade

Não existem explicações suficientes em futebol que possam estancar um momento de crise. Isso somente é possível com resultados de campo, e entenda-se isso não apenas como o placar final do jogo, e sim levando-se em conta o desempenho do trabalho, mesmo quando o resultado daquela partida não seja o desejado.

Eduardo Coudet não chegou nem mesmo à final do Gauchão e o time estava totalmente em descrédito antes de começar o Campeonato Brasileiro. Com a melhora dentro de campo e a liderança da competição, a crise foi embora, só voltou ao clube quando a política invadiu o futebol por conta de uma eleição fora de hora.

A diretoria do Inter anunciou a sua intenção de formar um time ofensivo, que não jogasse de forma reativa, mas sim propositiva. Isto foi feito apenas no quesito da iniciativa e da posse de bola. Realmente o Inter fica mais tempo com a bola e propõe mais o jogo do que o seu adversário. A questão é que o mais importante de tudo isso, que é a ideia original de montar um time ofensivo, ainda não se materializou. O time colorado finaliza muito pouco. No Gre-Nal, além do gol de Dourado, na bola parada, existem apenas mais duas finalizações no gol, ambas de fora da área, com Rodinei e Palacios. E o pior, se mostra frágil defensivamente.

Debater estes fatos e questionar os resultados atingidos até agora não significa estar afirmando que a solução para resolver os problemas seja a troca de treinador, mas é absolutamente natural que sejam feitas avaliações, comparações com outros momentos, correções de rumo, pensando sempre em evoluir e não agravar a crise.

Ignorar os fatos e achar que uma ideia se afirma sem estar em sintonia com os acontecimentos dentro de campo, está mais perto da teimosia do que da convicção.


Rafinha

O maior exemplo de que os resultados de campo apagam os erros é a forma como Rafinha está sendo destacado pela mídia após o título do Gauchão. O experiente lateral teve uma atitude juvenil, foi expulso no primeiro tempo do Gre-Nal, mas como o Grêmio saiu vencedor, o fato foi ignorado e o que está sendo exaltado é a sua “liderança”, não por atitudes dentro de campo, mas pelo protagonismo na hora da comemoração.

O dilema dos japoneses

Segundo estudos do Nomura Research Institute, um cancelamento da Olimpíada de Tóquio resultaria em um prejuízo de R$ 87,7 bilhões para o Japão. A questão é que a realização dos jogos poderá se tornar num enorme disseminador de Covid-19 e isto acontecendo, além das mortes, o prejuízo econômico seria muito maior. O primeiro estado de emergência que vigorou no país entre janeiro e março determinou um prejuízo calculado em R$ 300 bilhões.


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895