Quando o futebol nos envergonha

Quando o futebol nos envergonha

"A furada de fila no Paraguai está liberada, clubes brasileiros envolvidos em competições internacionais e que quiserem tomar a vacina, basta comunicar a Conmebol e viajar para Assunção."

Nando Gross

A sede da Conmebol em Luque (Paraguai) virou uma espécie de bolha do futebol sul-americano

publicidade

Os 44 integrantes da delegação do Atlético Goianiense receberam a primeira dose da vacina contra a Covid-19, do imunizante da Sinovac. A farmacêutica chinesa doou 50 mil doses à Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) para garantir a realização das competições internacionais no continente.

A vacinação aconteceu depois que o Atlético Goianiense venceu por 2 a 1 a equipe do Libertad pela terceira rodada do Grupo F da Copa Sul-Americana. A distribuição das doses teve que acontecer no país vizinho porque no Brasil, além de ser necessária a autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), todas as vacinas que entram no território nacional devem ser repassadas ao SUS (Sistema Único de Saúde) como determina a Lei nº 14.125/2021. Ou seja, o clube brasileiro foi descumprir a lei indo para o Paraguai.

O presidente do Atlético Goianiense, Adson Batista, afirmou, sem nenhum drama de consciência:
“Se eles não forem vacinar, a vacina vai ficar no Paraguai. Isso é opinião de cada um, a minha é essa e eu encaro de frente".

É constrangedor, atletas bem alimentados, tendo cuidados médicos diários, passando à frente de milhões de brasileiros idosos e com comorbidades, que estão contando os dias para receber a vacina. Nas redes sociais do clube vários torcedores se mostraram revoltados com a furada vergonhosa da fila.

Mas nem tudo está perdido, alguns dirigentes pensam e agem diferente. O presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, se posicionou contra a imunização dos clubes e afirmou:
“A maioria dos que trabalham aqui são jovens atletas, que não sofrem muito com os sintomas da doença e mesmo que sofressem, seria antipático do mesmo jeito nos privilegiarmos de uma situação privada e buscar vacinação em outro país enquanto o Brasil está sofrendo com mais de 400 mil mortes.”

Na Argentina, River Plate e Lanús, que também têm compromissos no Paraguai nesta semana, rejeitaram a vacinação informando que aguardariam o plano de imunização da Argentina.

Ou seja, a furada de fila no Paraguai está liberada, clubes brasileiros envolvidos em competições internacionais e que quiserem tomar a vacina, basta comunicar à Conmebol e viajar para Assunção.

Espero que a Dupla Gre-Nal siga o exemplo de Fluminense e River e respeite o plano de imunização do seu país.

A volta depois de 8 a 0

Imagino o trajeto de volta da delegação do Aragua depois de tomar 8 a 0 do Grêmio na Arena, em uma competição internacional e que repercute por todos os cantos do mundo. O treinador coitado já foi para a entrevista coletiva demitido, como as perguntas são mandadas antes por escrito, todas estavam completamente defasadas. O Grêmio fez o que tinha de fazer, mas até mesmo os jogadores gremistas ficaram constrangidos pela situação ao final da partida.

Jogo de risco no Beira-Rio

O Inter tem se mostrado forte nos jogos do Beira-Rio, mas quando sai de casa para confrontos de maior tensão, tem se mostrado bem abaixo do exigido. Hoje o confronto é no Beira-Rio, mas é jogo de alta exigência e com caráter decisivo. Esta é a grande incógnita com relação ao time colorado, como irá reagir diante da responsabilidade de ter de vencer e ainda com dois gols de diferença? É mais um desafio para Ramírez, por enquanto ele fracassou no Gre-Nal e no primeiro jogo da semifinal, hoje pode dar o troco.

Vantagem na Arena

No ano passado, o Grêmio tinha vencido em Caxias e poderia até mesmo perder para ser campeão. Pois acabou tomando 2 a 0 e comemorou constrangido o título gaúcho. Neste domingo, outra vez o Grêmio tem a vantagem, mas o Caxias está bem longe daquele time do ano passado. O Grêmio vem de um resultado afirmativo de 8 a 0 e com um novo técnico que até agora tem 100% de aproveitamento. Dificilmente o Grêmio não estará em mais uma final de Gauchão.


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895