Não existe Gre-Nal que não valha nada

Não existe Gre-Nal que não valha nada

Não acredito que um clássico com este grau de rivalidade possa de alguma forma não impactar em nada nos trabalhos de Renato e Ramírez.

Nando Gross

O primeiro Gre-Nal da decisão do Gauchão será neste domingo no Beira-Rio

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Tenho escutado com frequência nos últimos dias que o Gre-Nal deste sábado não vale nada, porque os dois irão se classificar com facilidade para a fase seguinte do Gauchão. Respeito opiniões em contrário, mas não acredito que um clássico com este grau de rivalidade possa de alguma forma não impactar em nada nos trabalhos de Renato Portaluppi e Miguel Ángel Ramírez. Perguntem ao técnico Coudet como foi a sua vida em Porto Alegre pelo fato de não ter tido nenhuma vitória no Gre-Nal. Os resultados do seu time em 2020 foram positivos desde o início, com a vaga para a fase de grupos da Libertadores garantida e um bom começo no Gauchão. O Grêmio foi o responsável pelas três primeiras derrotas de Eduardo Coudet no comando do Inter e isto deixou marcas profundas no seu trabalho e no desempenho da equipe tanto no Gauchão como na Copa Libertadores. Não se trata de fazer julgamentos definitivos a partir do clássico, mas de entender que estamos diante de um jogo diferente, que exige do atleta um envolvimento emocional muito forte e que tem uma cobrança acima do considerado normal para os padrões do futebol.

Abel Braga disse quando perguntado sobre o porquê de Eduardo Coudet nunca ter vencido um Gre-Nal, que talvez ele não tivesse entendido como se deve jogar esta partida, exatamente por se tratar de um confronto que foge dos padrões rotineiros da disputa.

O primeiro Gre-Nal da temporada, em geral, é tratado com cautela, nenhum dos lados quer perder, esta é a prioridade. Se der para ganhar, ótimo, mas o objetivo inicial em se tratando de um início de ano é de forma nenhuma perder para o arquirrival.

Não basta 11

A cada contratação da dupla Gre-Nal o debate sempre é gerado em cima de como será escalado o time titular com a chegada dos reforços. Na verdade, isto é irrelevante para o treinador agora. Para ele, é importante construir o máximo possível de alternativas e com a maior capacidade técnica disponível. Um time para ser vencedor precisa no mínimo de 18 jogadores que possam a qualquer momento formar o time titular. Os 11 iniciais dependem sempre do adversário a ser enfrentado. No Inter, Miguel Ángel Ramírez está rodando o grupo e colocando todos os jogadores em campo porque procura um grupo e não só uma equipe titular. Talvez esta já esteja desenhada na sua cabeça, mas ele precisa criar alternativas para diferentes cenários.

Renato deve ser ouvido

É absolutamente normal que Renato tenha voz forte nas decisões tomadas pelo futebol do Grêmio e que tenha linha direta com o presidente do clube. Não há como querer tratar Renato como um outro treinador qualquer, estamos falando do maior ídolo da história. Como treinador está há mais de quatro anos à frente da equipe e com uma coleção de títulos, além de sempre deixar o time como protagonista nas competições em que participa. Como não ouvir o que ele tem a dizer? No episódio da contratação de Rafinha, o presidente, Romildo Bolzan Júnior havia afirmado que não faria o negócio. Domingo, disse que foi convencido por Renato de que o melhor seria formalizar a contratação do atleta. Se o negócio é bom para o clube, é elogiável a postura do presidente de mudar de ideia e aceitar os argumentos. 


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