É difícil, mas não terminou

É difícil, mas não terminou

O título colorado está difícil, mas não está perdido. O primeiro a ser feito é tratar de ganhar do Corinthians

Nando Gross

O lateral Rodinei foi o personagem principal da partida de domingo passado no Maracanã

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O Inter tinha a vantagem até domingo passado, mas ao perder para o Flamengo não mais depende das suas próprias forças para chegar ao título. Confesso que acho muito difícil que o Flamengo deixe escapar a oportunidade depois de estar atrás e ter conseguido assumir a ponta do campeonato, mas o jogo é contra o São Paulo e o retrospecto dos últimos confrontos entre os dois times na capital paulista é amplamente favorável ao time da casa, então é absolutamente plausível afirmar que o título colorado está difícil, mas não está perdido. O primeiro a ser feito é tratar de ganhar do Corinthians e esquecer a arbitragem do jogo contra o Flamengo, já que isso pode tirar o foco dos atletas no essencial, que é o jogo, a disputa contra o Corinthians, um rival histórico colorado.

Nunca saberemos se o Inter conseguiria segurar o empate ou até ter vencido o Flamengo. Com um jogador a menos a partir dos três minutos da etapa final, o Inter sepultou as suas chances de sair campeão do Rio de Janeiro. Rodinei teve dificuldades de dominar a bola, mas a expulsão foi exagerada e prejudicou o espetáculo. A direção colorada protestou na CBF, ouviu os áudios do VAR que mostraram que o árbitro paulista Raphael Claus achava que não era lance de expulsão, mas foi convencido disso, enfim, nada irregular, apenas um erro de interpretação como tantos que acontecem, mas que desta vez, como em outras oportunidades, pode ter decidido o campeonato. Esta enorme decepção e indignação que se abateu sobre os torcedores é que Abel Braga terá de trabalhar com os seus atletas. O fato de o grupo querer dar uma resposta é positivo, mas o foco tem de estar sempre na partida e no adversário. Se entrar em campo pensando no Flamengo ou na CBF, tudo pode sair errado. O adversário amanhã é o Corinthians, e só.

Emoção até o final

Se o Brasileirão de 2020 será sempre lembrado pela pandemia e a ausência de torcedores nos estádios, também ficará na história como um dos mais emocionantes da história. Uma verdadeira final aconteceu na penúltima rodada e chegamos à última com as coisas ainda indefinidas. O equilíbrio foi a grande marca da competição.

Jean é titular

Não acredito que Renato cogite começar com Lucas Silva no lugar de Jean Pyerre no domingo, o camisa 10 gremista pode ainda não estar rendendo o que todos nós sabemos que ele pode, mas ainda assim é um jogador que tem um caráter decisivo muito grande. Com Matheus e Maicon ele tem tudo para crescer, porque terá parceria no meio campo com jogadores de características que lhe favorecem.

Edina é a melhor do Brasil

O melhor árbitro de futebol do Brasil no momento não é árbitro e sim árbitra. Estou me referindo a Edina Alves Batista, da Federação Paulista de Futebol e que integra o quadro da Fifa desde 2016. Ela se destacou apitando a semifinal da última Copa do Mundo feminina na França, em 2019, entre Inglaterra e EUA e depois se tornou a segunda árbitra a apitar uma partida da Série A masculina, repetindo, após 14 anos, o feito de Sílvia Regina de Oliveira. Fazendo faculdade de Educação Física à noite e o curso para árbitros à tarde, no Paraná, Edina trabalhava enchendo sacos de terra em um viveiro para garantir seu sustento. Foi chamada pela FIFA para apitar o Mundial Interclubes Masculino e outra vez teve atuação destacada. É o nome que a CBF precisa investir para a próxima temporada.


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