O dilema colorado

O dilema colorado

E se Abel conquistar o título que parecia impossível, vai embora no dia seguinte ou deve ficar até o final de 2021?

Abel revelou que novas conversas entre ele e o presidente Alessandro Barcellos irão definir o futuro dele

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O Inter venceu o Gre-Nal e chegou ao número impressionante de oito vitórias consecutivas. Hoje, está sendo apontado pela maioria da imprensa nacional como o grande favorito para vencer o Brasileirão 2020. Além do desempenho extraordinário da equipe colorada, todos os seus concorrentes da ponta de cima da tabela se mostram muito irregulares, o que fez com que o Inter assumisse a ponta da tabela com vantagem no momento de quatro pontos para o São Paulo, que é o segundo colocado.

E o que aconteceu como fato novo, alguma grande contratação, o que mudou? A única alteração foi a saída de Coudet e a chegada de Abel Braga. O início foi ruim e antes da eleição não havia nenhum candidato de oposição que cogitasse a permanência de Abel.

Mas não há teoria que se sustente se ela contraria os fatos. O desempenho de Abel acorda o Brasil e dá um puxão de orelhas nos radicais do “moderno”, que acreditam que o novo sempre é mais eficiente. Neste caso não estamos falando de renunciar a novas tecnologias colocadas a serviço do esporte, o debate aqui envolve modelo de jogo e o conceito de eficiência. Abel lembra o óbvio em futebol, de que não há apenas uma forma de jogar para conseguir vencer. Ninguém na diretoria quer falar no assunto para não desviar o foco, mas o debate entre os colorados está em todo o lugar: e se Abel conquistar o título que parecia impossível, vai embora no dia seguinte ou deve ficar até o final de 2021? E existe mesmo um acerto com Miguel Ángel Ramírez?

O fato é que não há nada de errado em a nova diretoria mudar de ideia e manter Abel. Perceber os acontecimentos para tomar decisões e fazer alterações de rumo são características dos grandes gestores. Já defendi que mesmo Abel sendo campeão, a diretoria deveria seguir com o seu planejamento anterior, mas olhando os fatos, sempre os fatos, não é possível mandar embora um técnico que tira da fila o clube depois de 40 anos de jejum no Brasileirão e sendo ele ainda o mesmo técnico campeão da América e do Mundo, o maior título da história colorada. A questão é também saber a decisão de Abel, pode querer ir embora depois do campeonato, mas se for da sua vontade prosseguir, não seria justo lhe negar a possibilidade de disputar mais uma Libertadores. 

O racismo que nos envergonha

O Gre-Nal historicamente tem debate sobre arbitragem, especialmente quando existe a marcação de um pênalti. No caso deste último clássico, teve um pênalti contra o Grêmio, que reclama da não marcação de um a seu favor ocorrido minutos antes, numa disputa entre Nonato e Ferreira.

Nos dois lances não houve a checagem do VAR, o que indignou os gremistas. Renato denunciou complô, nada que não faça parte da rivalidade, o presidente Romildo se manifestou, eles estão falando com seus torcedores e têm o direito de manifestar as suas indignações, mas o que nos envergonha foi o que assistimos nas redes sociais. Foram inúmeras postagens racistas contra o árbitro Luiz Flávio de Oliveira, inclusive de pessoas conhecidas, mas que se revelam quando são idiotizadas pelo futebol. Isto realmente entristece. 


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