Renato perdeu a linha

Renato perdeu a linha

Treinador do Grêmio se tornou um guri mimado

Nando Gross

Técnico não aceita ser contrariado, cobrado ou questionado

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O personagem mais elogiado e paparicado do futebol gaúcho pela imprensa em geral definitivamente se tornou um guri mimado, que só aceita aplausos e concordâncias, partindo para a agressão ao menor sinal de questionamento às suas atitudes. Renato já foi um jovem humilde, sem milhões nas suas contas bancárias, mas infelizmente assumiu a postura daqueles que se acham acima do bem e do mal, especialmente pelo poder financeiro, e não admitem uma abordagem que não seja elogiosa.

A reação é sempre daquele tipo: “quem você pensa que é para falar assim comigo?” ou ainda, “você sabe com quem está falando?” Ora, Renato não precisa disso, dois jogadores importantes saíram de campo indignados e gesticulando ao serem substituídos, a pergunta do repórter sobre o relacionamento do técnico com os atletas era absolutamente procedente, sem ofensa alguma, mas visando ao esclarecimento. Renato preferiu esquecer a pergunta e atingir o entrevistador e a empresa ao qual ele está vinculado. É triste quando pessoas que a gente gosta e admira passam a agir desta forma. Em geral, esta prepotência faz com que muitas convicções no trabalho ultrapassem a fronteira da teimosia. E tem vários exemplos que poderíamos citar.

Brasileirão em aberto

O perde e ganha tem sido a marca do Brasileirão. Na última rodada, os três da ponta de cima perderam: Inter, Flamengo e Atlético-MG. Quem cresceu na tabela e se credenciou ainda mais a disputar o título é o São Paulo de Fernando Diniz. O time paulista tem três jogos a menos do que Inter e Flamengo e está neste momento apenas cinco pontos atrás.

A derrota do Inter para o fraco time do Corinthians realmente foi decepcionante, especialmente pela apatia dos jogadores, mas é preciso perceber que isso vai continuar acontecendo e com todas as equipes, pelo menos é o que o campeonato vem nos mostrando até agora.

Aposentadoria de mau gosto

Bem que Anderson Silva poderia ter comemorado a sua aposentadoria com um evento bonito, que lembrasse a sua trajetória, que fosse homenageado pela UFC, com depoimentos de adversários, discursos e tudo mais, menos com uma luta contra um cara que é sensação do momento e que deixou o Spider com o nariz quebrado e uma laceração na sobrancelha esquerda. Anderson levou uma surra humilhante e desnecessária para um dos maiores de todos os tempos.

A vez é de Moledo

Não fiz coro às críticas que foram feitas a Eduardo Coudet quando resolveu apostar em Bruno Fuchs. Sempre vi muita qualidade neste jogador, mesmo reconhecendo as virtudes de Rodrigo Moledo. Fuchs se foi e imaginei que seria natural o retorno de Moledo, mas curiosamente ele seguiu no banco e o escolhido da vez é Zé Gabriel. Não se trata de qualquer avaliação definitiva sobre a qualidade do atleta, mas no momento não há dúvidas de que Moledo tem que ser titular. Pode não ter a característica desejada pelo treinador, mas é o zagueiro mais confiável que tem no grupo colorado. 


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