O Flamengo é o fiel da balança

O Flamengo é o fiel da balança

O time carioca recupera e já está próximo ao líder no Brasileiro

Nando Gross

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Aquilo que se temia antes de começar o campeonato brasileiro, aos poucos, começa a se materializar. O Flamengo aparentemente se acertou com o novo técnico e já está nas primeiras posições, muito próximo do líder, que é o Internacional. As próximas rodadas serão decisivas para mostrar se estamos mais uma vez diante de um time imbatível, ou apenas de maior qualidade e até favorito, mas não com o poderio do ano passado, quando venceu com muita facilidade. Por isso a arrancada era muito decisiva, exatamente para tirar proveito da instabilidade do Flamengo. Mesmo com um tropeço no Beira-Rio para o Bahia, o Inter soube fazer uma vantagem que o garante na liderança da competição.

O time de Eduardo Coudet mostra muita disciplina tática e por vezes acaba errando por razões técnicas, como aconteceu em alguns casos envolvendo os laterais Rodinei e Moisés. Mas a marcação é sempre pressão em quem está com a bola e quem estiver mais perto trata de ir em busca do desarme, como fez Boschilia no segundo gol de Galhardo na vitória sobre o Ceará.

Já o Grêmio fez o contrário e, depois de rondar até a zona de rebaixamento, ocupa agora a décima posição. O time de Renato visivelmente precisa de uma reestruturação. O Grêmio joga sem objetividade e, no Brasileiro, o problema se agrava pela forma como o clube trata a competição nos últimos anos, sem a menor ambição de vitória, apenas brigando por vaga na Libertadores da próxima temporada. Mas no meio do Brasileirão tem a própria Libertadores e daqui a pouco a Copa do Brasil, portanto não basta apenas ter um bom time, é preciso ter opções de grupo, e esta é a principal vantagem do Flamengo.

Outro time que mostra recuperação é o São Paulo, que vem com dificuldades nos últimos anos, mas que agora está na parte de cima da tabela brigando pelas primeiras posições. O Palmeiras de Luxemburgo venceu o clássico com o Corinthians e é outro com potencial de brigar lá em cima. A tabela mostra uma competição equilibrada até o momento, a questão agora é saber qual Flamengo veremos daqui para frente. Será um time a ponto de disparar na frente, como fez o ano passado?

Medeiros deve ficar até o final

O mais justo seria deixar que o presidente do Internacional, Marcelo Medeiros, fique até o final das competições em que o time está envolvido na atual temporada. Fazer uma eleição em meio ao Campeonato Brasileiro ou Libertadores da América em nada será produtivo para o clube. E vou mais longe. Acho que Medeiros, diante do estado em que pegou o clube, completamente endividado, sendo assunto de Polícia, com a diretoria anterior sendo investigada pelo Ministério Público e o time na segunda divisão, deveria merecer a chance nos seus últimos meses de mandato de ainda tentar a conquista de um título, na medida em que este time que está jogando é da sua administração e portanto mereceria a oportunidade de chegar até o fim. 

Coudet: Ame-o ou deixe-o!

O técnico do Internacional, Eduardo Coudet, divide opiniões na imprensa gaúcha. Lidera o campeonato com uma equipe que ninguém acreditava, até porque alguns dias antes da estreia na competição tinha sofrido uma derrota constrangedora no clássico Gre-Nal. Pois o técnico argentino manteve a sua ideia tática e o seu conceito de jogo, com marcação alta, pressão no homem da bola e transição ofensiva rápida. Não entro na discussão se o time está jogando bonito ou feio. Quando falamos de uma equipe, é preciso sempre analisar a qualidade técnica que está disponível. Eu acredito que Eduardo Coudet está conseguindo, de forma pragmática, realista, sabendo exatamente o material que tem em suas mãos, dar ao Internacional a cara de um time competitivo e que pode sim brigar por títulos no Brasileirão, na Libertadores e na Copa do Brasil.

Messi fica, agora é tirar o presidente

Sempre afirmei que Lionel Messi permaneceria no Barcelona, mas não imaginava que a situação chegaria ao ponto de o maior jogador da história do clube ir a público dizer que vai ficar apenas por conta de uma cláusula contratual: “Eu vou seguir no clube porque o presidente me disse que a única maneira de sair era pagar a cláusula de 700 milhões de euros, e isso é impossível, e que a outra forma de sair era entrar na Justiça. Eu nunca entraria na Justiça contra o Barça, porque é o clube que eu amo, que me deu tudo desde que cheguei. Tenho a minha vida feita aqui, o Barça me deu tudo e eu dei tudo a ele, jamais passou pela minha cabeça ir à Justiça”, afirmou Messi.

Descontente com os rumos do Barcelona sob a administração do presidente Josep María Bartomeu, o craque argentino vai ficar pelo menos por mais um ano, tempo suficiente para que os homens fortes do clube tirem Bartomeu do comando e convençam Messi de que seu lugar é no Barça até enquanto ainda desejar jogar futebol.


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