O Brasileirão ao alcance de todos

O Brasileirão ao alcance de todos

Com o baixo rendimento do Flamengo, o Inter pode voltar a sonhar com o título

Nando Gross

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Antes do início do Campeonato Brasileiro, a impressão que tínhamos é que existia uma equipe bem à frente das demais e, portanto, favorita à conquista do título. Na prática, isto acabou não se confirmando. O Flamengo, com a troca de treinador, caiu de rendimento e agora busca uma recuperação no campeonato, mas ainda com um desempenho bem abaixo daquele time que conquistou o Brasil e a América no ano passado.

Logo, não há nenhum motivo para que os torcedores do Internacional não passem a sonhar com a conquista do Brasileirão de 2020, algo que até bem poucos dias parecia muito improvável. O Inter vinha de mais um fracasso diante do seu maior rival e era justo imaginar que o time poderia ter algum abalo emocional e não se mostrar competitivo o suficiente para suportar as dificuldades do campeonato.

Mas o que vimos até agora mostra exatamente o contrário. O time de Eduardo Coudet tem números comparáveis ao time invicto de 1979 e impressiona neste início de competição. Diante dos adversários que terá pela frente, mantendo a aplicação tática e poder de definição, o Inter se credencia para disputar de forma concreta o título do Brasileirão deste ano.

Esta é a boa notícia para os colorados. A má é que ela pode se estender para outras equipes que mostrarem evolução nas próximas rodadas, na medida em que o Flamengo até agora não confirmou e o Palmeiras que vinha logo atrás também caiu muito de produção. Está tudo em aberto, e quem percebeu isso e largou na frente foi o time de Coudet. 

Hoje é uma prova de fogo para o time colorado: derrotar o Palmeiras em São Paulo.

Depois do título, é a vez do futebol

O Grêmio festejou e muito o título de campeão gaúcho, até pelo fato de ser um tricampeonato, mas ao mesmo tempo é preciso perceber o que vem acontecendo com o time gremista em 2020.

Se pegarmos como parâmetro os confrontos com o próprio Caxias, o Grêmio tem enorme desvantagem, e a atual campanha no Campeonato Brasileiro não é nada animadora.
Renato não vem encontrando soluções ofensivas para a equipe, e sem o improviso de Everton, negociado com o Benfica, mais do que nunca o time necessita de organização coletiva para alcançar os resultados.

Diego Souza vem marcando os gols, não é a ausência de um centroavante o problema central agora. A questão é que o Grêmio cria poucas oportunidades de gol. Isto é mecânica de jogo, o time tem que ter um repertório de jogadas de ataque previamente trabalhadas para chegar ao objetivo, e isto não está acontecendo. 
Contra Flamengo e Vasco, o Grêmio tinha o controle técnico da partida e não teve poder de definição para sustentar a vitória. Depois da festa e das comemorações pelos números de Renato, é preciso reorganizar o time para festejar títulos maiores no restante da temporada.

O futuro de Messi

É provável que daquele Barcelona do trio MSN, o maior ataque do planeta na época, não reste nenhum deles no clube catalão na próxima temporada. Neymar foi o primeiro a sair e de forma conflituosa. Suárez foi dispensado pelo novo treinador, Koeman, por telefone, e este foi o fator decisivo para que Messi decidisse deixar o clube também.

Vai ser difícil manter o argentino. Talvez mudando o presidente, o técnico contratado e reintegrando Suárez, Messi reavalie a situação. O fato é que a má gestão administrativa se refletiu em campo, culminando com o maior vexame da história do clube ao tomar oito do Bayern numa Champions League.


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