Para corrigir, é preciso entender o problema

Para corrigir, é preciso entender o problema

Apesar do desempenho atual do Grêmio, Renato é um dos melhores treinadores em atividade no país

Nando Gross

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Não acho que a solução para os problemas do Grêmio seja a saída do técnico Renato Portaluppi. Essa história de que o ciclo está encerrado é uma cultura basicamente brasileira. Em vários locais do mundo, os técnicos permanecem por mais de cinco anos nos clubes e conseguem bons resultados.

Se considero Renato um dos melhores treinadores em atividade, no país, seria incoerente achar que ele não serve para o Grêmio. É o primeiro momento de queda realmente brusca de rendimento desde que Renato assumiu. É bem verdade que nos últimos três anos os tão falados títulos alegados por Renato são os regionais, aqueles mesmo que não eram contabilizados nos chamados “15 anos sem títulos”.

Mas em 2018 e 2019, mesmo sem ganhar conquistas mais expressivas, o Grêmio sempre esteve entre os primeiros do país em qualquer competição, nada parecido com esta largada inexpressiva do Brasileirão de 2020. Sim, acredito que Renato pode reverter a situação, mas daí terá de definitivamente não acreditar em nada do que falou na sua entrevista após mais um empate:

“Neste ano, quem ganhou título foi o Grêmio. Ninguém mais ganha nada. Muita gente já tem falado besteira. No Grêmio não existe crise. Ou melhor, existe. Crise de títulos. Este é o problema do Grêmio”. Se realmente Renato acredita que está tudo bem porque ganhou o Gauchão, mesmo perdendo a final para o Caxias em plena Arena, bom, aí quem sabe seja a hora de uma mudança de comando.

Só termina quando acaba

Nos dois últimos jogos, o Internacional deixou escapar a vitória já nos acréscimos, quando o jogo estava prestes a encerrar-se. Contra o Palmeiras, a vitória estava encaminhada, o Inter marcou o gol e os jogadores parece que seguiram comemorando e incrivelmente, logo na sequência, na saída de bola, sofreu o empate em um lance constrangedor do lateral Moisés. Um jogador forte, vigoroso e alto vai dividir uma bola onde poderia ter dado um chutão e jogar a bola para longe da área do Inter, simplesmente deu apenas um toque na bola e acabou tropeçando e caindo sozinho. Na sequência, saiu o gol do empate.

No jogo do Beira-Rio contra o Bahia de técnico interino, o Inter não teve boa atuação, é verdade, saiu atrás e teve muitas dificuldades. Mas venceria o jogo não fosse a atitude completamente atrapalhada do seu lateral Rodinei, que cometeu um pênalti onde não havia nenhuma disputa de bola, aliás a bola estava muito longe dele.
São pelo menos quatro pontos que o Internacional deixou escapar porque talvez tenha faltado concentração, foco, “qualidade técnica” ou aquele velho entendimento que a gente aprende lá quando é criança e começa a jogar futebol: “o jogo só termina quando acaba”. 

Só para entender

Os dirigentes de clubes que estão contestando o VAR o que pretendem exatamente, seria a extinção do instituto? Porque não são mais apenas dúvidas sobre interpretação. Agora, aquilo que era para ser definitivo, tipo impedimento ou se a bola entrou ou não, também está sendo questionado. Qual a dúvida: quanto à capacidade ou honestidade dos juízes do VAR?


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