Agenda híbrida para o próximo ano

Agenda híbrida para o próximo ano

Mesmo com a chegada da vacina, meio cultural, tão afetado pela pandemia neste ano, deverá manter algumas atividades em formato virtual em 2021

Luiz Gonzaga Lopes

Mesmo com a chegada da vacina, meio cultural, tão afetado pela pandemia neste ano, deverá manter alg

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Nunca uma palavra esteve tão presente na cultura como o “híbrido”. Não me refiro ao hibridismo cultural ou aculturação/assimilação cultural, um povo juntando características de sua cultura com a outra ou tendo a sua assimilada a de seu novo país. Estou me referindo ao que foi em 2020 e será ainda no primeiro semestre de 2021 – talvez durante alguns anos. O modelo híbrido de espetáculos presenciais ou transmitidos via internet, monetizados na sua maioria, deve ser a grande onda do ano que está por iniciar. As lives vieram para ficar. Grandes músicos fizeram pocket shows ou até mesmo apresentações inteiras por suas redes sociais, cobrando ingresso, monetizando com marcas expostas e também franqueando muitas de suas apresentações ou bate-papos com outras pessoas influentes. Foi o caso da cantora carioca Teresa Cristina, que ficou conhecida como a rainha da live no Instagram. No Rio Grande do Sul, alguns eventos já têm suas datas sendo anunciadas presencialmente em 2021. No primeiro semestre, ainda pairam algumas dúvidas. Dificilmente, os mais de 11 milhões de gaúchos estarão todos vacinados contra a Covid-19 até o final do primeiro semestre e provavelmente o estarão até o final do ano. 


O Opinião, atual administrador do Auditório Araújo Vianna, já transferiu alguns eventos presenciais para 2021. A partir de abril, shows como Skank (10/4), Vera Loca (15/4) e Armandinho (21/4) devem ser realizados presencialmente no auditório com capacidade para 3 mil lugares e que vai respeitar o percentual de lotação definido pela bandeira que o Estado e a Capital estiverem naquela semana ou quinzena. Outros shows estão agendados no Araújo para a sequência do ano, como Roupa Nova (18 e 19/6), Alcione (24/7), Caetano Veloso (31/7) e Jethro Tull (12/11). Já a Mercury Concerts anunciou que a “End of The Road World Tour”, da banda norte-americana Kiss, chega a Porto Alegre no dia 21 de outubro. 


No campo das políticas públicas, a luta dos artistas vai ser pela manutenção dos editais de fomento à Cultura e do auxílio emergencial, ambos ligados à Lei Aldir Blanc. Em Porto Alegre, o novo secretário de Cultura, que ainda não foi anunciado, deverá trabalhar com incentivos gerados pela criação de um Fundo da Indústria Criativa, proposta dos Núcleos de Cultura e Economia Criativa do MDB, partido do prefeito eleito Sebastião Melo, cujos recursos seriam oriundos das Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE). Seriam aplicados 3% da receita bruta dos principais impostos do município e dos lucros das companhias públicas e autarquias, o que poderia chegar a movimentar R$ 68 milhões ao ano, subsidiando os demais fundos, como Funcultura, Fumproarte e Fumpach. 


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