As portas do mundo na Feira do Livro

As portas do mundo na Feira do Livro

Conheça as atrações internacionais da edição deste ano, que terá o inédito formato digital

Luiz Gonzaga Lopes

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A 66ª Feira do Livro de Porto Alegre será realizada de 30 de outubro a 15 de novembro, de forma virtual, tendo como slogan “Janelas Abertas para a Praça”. O evento terá todas as atividades realizadas de forma gratuita e com transmissão on-line, mantendo o caráter popular. A divulgação da programação completa e do patrono será em coletiva nesta terça-feira, às 14h.

Da capital gaúcha para o mundo, a Feira traz programação guiada por manifesto que cria linha de temas e assuntos a unir escritores de todos os cantos, com a intenção de abrir as janelas do mundo para “a Praça”, a da Alfândega, o tradicional local da Feira desde 1955. A Feira inicia com “aquece” em 13 de outubro e a programação oficial envolve também a área infantil e juvenil. Serão três terças-feiras, dia 13, 20 e 27, às 19h30min.

Com a independência do Brasil, Peninha abre a programação em papo com Rafael Bassi. Na semana seguinte, Eduardo Noguera é o convidado em mesa com Gabriela Oliveira, Jeferson Tenório e Alessandro Garcia com o tema do racismo. Dia 27, o professor de Literatura Flávio Azevedo conversa com Mario Sergio Cortella sobre “Diversidade: aprendendo a ser humano”, tema de seu novo livro. A programação completa envolve cerca de 100 convidados.

As atividades serão transmitidas em parceria com a Fábrica do Futuro e os leitores poderão comprar os livros por meio da mesma plataforma e de suas bancas e livrarias preferidas. As janelas que estão abertas para a Praça são também as portas virtuais abertas para receber as atrações internacionais, cujo perfil traçamos em alguns quadros: 

Foto: Lesek Reis / Picasa / Divulgação / CP Memória 

Isabel Allende (Chile) 

Escritora chilena nascida no Peru, Isabel Allende abrirá a Feira. Escritora, feminista e filantropa, ela vive nos Estados Unidos. Em 1982, ela ganhou o reconhecimento mundial com o livro “A Casa dos Espíritos”, adaptado ao cinema, em 1993, pelo cineasta Bille August. Em 1984, ela publica “De Amor e de Sombra”, concretado em uma história de amor enriquecida com os assassinatos e os desaparecidos durante a ditadura de Pinochet. Em 1987 e 1991, ela publicou “Eva Luna” e “O Plano Infinito”, respectivamente. Outra publicação de grande sucesso foi a obra “Paula” (1994), que teve início quando sua filha morreu após longo período em coma, vítima de uma grave doença neurológica. O luto e a depressão levaram a escritora a descrever os fatos ocorridos durante a doença. Muitos críticos consideram essa a melhor obra da escritora. Seu mais recente livro, de 2019, já está publicado no Brasil pela Editora Record. É “Longa Pétala de Mar”.

Foto: Memorial da Resistência SP / Divulgação / CP 

James N. Green (Estados Unidos)

Especialista em estudos latino-americanos, James N. Green é brasilianista, tendo vivido por aqui entre 1976 e 1982. Sua trajetória esteve sempre ligada ao ativismo pelos direitos LGBT. Seu último livro chama-se “Além do carnaval: a Homossexualidade Masculina no Brasil do Século XX” e foi lançado pela Unesp, em 2019. Ele é professor de História Moderna da América Latina e diretor da Iniciativa Brasil na Brown University. Outros livros do autor são “Frescos Trópicos” e “Mais Amor e Mais Tesão”. 

Foto: Freddy Eduardo / Creative Commons / CP

Ariana Harwicz (Argentina) 

Escritora argentina de 43 anos, Ariana Harwiczbtraz, em seu romance publicado em 2019, o bem-sucedido “Morra, Amor” (Editora Instante), conta história protagonizada por mãe e filha que se espionam, se odeiam, se amam. Ariana destaca-se em combater os tabus em torno de desejo feminino, lealdade filial, ausência de instinto materno e até mesmo de incesto. Outros livros da autora: “Degenerado”, “Precoz” e “A Débil Mental”.

Foto: Jindrich Nosek / Creative Commons / CP 

Mariana Enriquez (Argentina) 

Escritora argentina, Mariana Enriquez cresceu durante a ditadura militar e escreve histórias góticas, de terror e ficção científica. É expoente da literatura fantástica na literatura argentina. Ficou conhecida no Brasil há alguns anos, com seu livro “As Coisas que Guardamos no Fogo”, coletânea de contos macabros lançada em 2016. A autora acredita que por meio deste gênero é possível tratar de todos os assuntos que afligem o mundo. 

Foto: Olarcos / Wikipedia / Creative Commons / CP 

Afonso Cruz (Portugal) 

Afonso Cruz nasceu em 1971, na Figueira da Foz e, além de escritor, é também ilustrador, músico e cineasta. Ele publicou mais de trinta livros, entre romances, teatro, não ficção, ensaio, álbuns ilustrados, novelas juvenis e ainda uma enciclopédia inventada, que conta com sete volumes. Colabora regularmente para jornais e revistas e recebeu vários prêmios pelos seus livros, cujos direitos estão vendidos para vinte idiomas. Seu livro “Vamos Comprar um Poeta” foi lançado este ano no Brasil pela editora Dublinense. 

Foto: Feira do Livro de Buenos Aires / Divulgação / CP Memória 

Rosa Montero (Espanha) 

Espanhola, Rosa Montero nasceu em Madri, em 1951. Ela se apaixonou pelas letras logo na infância, mergulhando nos livros entre os 5 e os 9 anos de idade por conta de uma tuberculose que a confinou em casa. Jornalista, colaborou com várias publicações até se tornar um dos principais nomes do jornal espanhol El País. Começou em 1977 a realizar, para o suplemento dominical do jornal, entrevistas marcantes que lhe valeram diversos prêmios. Em 1979, estreou na literatura com o romance “Crónica del Desamor”. Seu mais recente livro “A Ridícula Ideia de Nunca Mais te Ver” fala do luto e da vida de uma mulher cientista. Entre as suas obras mais conhecidas estão “A Louca da Casa”, “Instruções para Salvar o Mundo” e ”Lágrimas na Chuva”. 

Foto: Editora Planeta / Divulgação / CP Memória 

Javier Moro (Espanha) 

O espanhol Javier Moro é autor de vários romances. Seu pai, piloto de aviação, o levou a andar pelo mundo, conhecendo países da África, da Ásia e das Américas, além da Europa. Estudou na Espanha e na França e formou-se em História e Antropologia. Seus livros têm como ponto de partida a realidade. Quando jovem, ganhou bolsa para estudar os Ianomâmis e já contou a vida de dois brasileiros: Chico Mendes, em “Caminhos de Liberdade”, e Dom Pedro I, em “O Império é Você”, ambos editados pela Planeta. Entre tantos livros, destacam-se ainda “O Pé de Jaipur”, “As Montanhas de Buda” e “Flor da Pele” (Editora Planeta). 


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