Os desafios de Biden

Os desafios de Biden

Jurandir Soares

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o próximo dia 20, Joseph Robinette Biden Júnior, ou simplesmente Joe Biden, como gosta de ser chamado, assume como o 46º presidente dos Estados Unidos. A posse de um novo presidente é sempre um renovar de esperanças, especialmente em se tratando da maior potência do mundo e que vê finalizar um governo que polarizou o país e boa parte do mundo. Porém, se há esperanças, há muito mais desafios. O primeiro deles é relacionado ao vírus que já matou mais de 270 mil pessoas nos EUA e fez afundar a economia. Aliás, um fator decisivo para a derrota de Donald Trump. Como a vacina está chegando existe a esperança de reversão nesse quadro.
Curioso que para recuperar a economia as medidas de Biden não serão muito diferentes das de Trump. Serão protecionistas, o que é próprio dos democratas. Trump é que, como republicano, inovou no setor. Buscará recuperar a manufatura e implementar a inovação, com propostas que incluem concessões de subsídios. Quer valorizar o conteúdo nacional e transformar a outrora Meca do automobilismo e hoje decadente Detroit em um novo Vale do Silício. E pretende trazer de volta para os EUA as fábricas que saíram, o que já parece muito mais difícil. Biden diz: “Chega de projetar aqui e fazer lá”. Porém, hoje existem cadeias globais de valor e um processo de desenhos de produtos nos EUA e de produção fora, o que torna o produto mais barato e lucrativo. 
Ainda internamente, Biden terá que lidar com o crescimento da violência racial. Quanto aos protestos das minorias, estes serão amenizados pela diversidade de integrantes do governo. Biden juntou negro, mulher, latino, índio, homossexual etc. Já externamente, Biden tem de imediato pela frente o problema decorrente da acusação feita pelo atual secretário Mike Pompeo de ciberataque da Rússia aos Estados Unidos. Segundo denunciou, o Kremlin usou uma variedade de ferramentas sofisticadas para acessar dezenas de sistemas privados e do governo, incluindo laboratórios nucleares, o Pentágono e os departamentos do Tesouro e do Comércio. Os estragos estão sendo apurados e, pelo constatado, são grandes. É um problemão que cai no colo de Biden, embora não se trate de algo que os EUA já não tenham feito em outros países. 

 


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