Delírio lulista

Delírio lulista

Lula fracassa em busca de protagonismo mundial durante encontro do G7 no Japão

Guilherme Baumhardt

publicidade

Lula embarcou para o encontro do G7, no Japão, com o propósito de se transformar em protagonista mundial. Fracassado, voltou ao Brasil como coadjuvante de produção de quinta categoria da Embrafilme. Para quem almejava a condição de negociador da paz entre Ucrânia e Rússia, o presidente brasileiro trouxe na bagagem aquilo que as besteiras ditas por ele produziram: indiferença em dimensões globais.

Quando o assunto é a guerra que acontece em solo europeu, Lula não passa de um penetra, um intruso, aquele que jamais foi convidado, mas que se colocou na posição de negociador não solicitado. Até aí, tudo bem. A conquista de espaço e protagonismo é fruto, em muitos casos, de uma certa dose de cara-de-pau. O problema é que até para isso há limites – ignorados pelo presidente brasileiro. O resultado? O brasileiro passou vergonha.

Nos bastidores de Brasília fala-se que Lula acalenta o sonho de receber o Prêmio Nobel da Paz, algo que já ocorreu com Martin Luther King, Willy Brandt, Henry Kissinger, Madre Teresa de Calcutá, Lech Walesa, Nelson Mandela, entre outros. Há alguns nomes que figuram na lista de maneira injustificável, como Al Gore (até hoje o mundo espera a catástrofe climática anunciada pelo ex-vice-presidente norte-americano) e Barack Obama, vencedor do prêmio sem qualquer feito digno da honraria.

Em todo caso, estamos falando de figuras de expressão, com alguma representatividade. E Lula? Da boca para fora, um defensor dos direitos humanos. Na vida real, um relativista moral. Para refrescar a memória, relembro a frase “é lamentável que alguém se deixe morrer”, uma referência lulista a Orlando Zapata, morto após greve de fome, no cárcere, por fazer oposição aos irmãos Castro, na ilha presídio conhecida como Cuba.

O lulopetismo carrega outras manchas. O terrorista italiano Cesare Battisti encontrou guarida no Brasil graças ao carinho da esquerda brasileira, com o beneplácito do ex-ministro Tarso Genro, figura que, anos depois, conseguiu outro feito: superar Olívio Dutra como o pior governador da história do Rio Grande do Sul. Condenado pela participação nos assassinatos de quatro italianos, o terrorista foi “perdoado” por Lula como se a comunidade europeia fosse uma ditadura e Battisti, a vítima, não o bandido.

Ainda durante o seu governo, no segundo mandato, Lula devolveu ao regime cubano dois boxeadores que tentavam fugir da ditadura castrista. O argumento usado à época foi o de que ambos se arrependeram. Anos depois, a dupla Guillermo Rigondeaux e Erislandy Lara fugiram, desta vez para países sem inspiração soviética.

Isso por si só já bastaria para retirar Lula de qualquer lista de prováveis agraciados com o Nobel da Paz. Mas ele foi além. Em meio às eleições do ano passado, o atual presidente brasileiro culpou a Ucrânia pelo conflito, defendeu o fim da guerra com a desistência de Volodymyr Zelensky em liderar o seu país pela preservação do território, entre outras estultices. E agora, no Japão, Lula queria holofotes. Recebeu uma banana do colega ucraniano. Ficou barato.

Lula já escolheu o seu lado. É o mesmo do chanceler Celso Amorim, de animosidade com os valores ocidentais, de olhos que brilham para o comunismo chinês e que está sempre disposto a estender a mão para a companheirada latino-americana em apuros, como Nicolás Maduro (Venezuela) e Alberto Fernández (Argentina). Claro, usando para isso o meu, o seu, o nosso dinheiro.

Cogitar a possibilidade de Lula como um dos próximos Nobel da Paz é o mesmo que aventar a possibilidade de convidar Jair Bolsonaro para ministrar um curso de etiqueta. Ninguém em sã consciência faria isso. Portanto, ninguém em sã consciência deveria aspirar Lula no mesmo rol em que figuram Mandela, Kissinger e Walesa. Devaneios assim não merecem nossa atenção. O Nobel da Paz para Lula não passa de um delírio.


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895