Caroline Polachek apresenta a visceralidade de “Desire, I Want to Turn Into You” no Tiny Desk
Com banda de apoio, cantora-compositora emociona ao entregar versões acústicas de suas canções
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A cantora-compositora estadunidense Caroline Polachek visitou os estúdios da NPR Music para entregar versões acústicas em uma performance intimista baseada no repertório do álbum “Desire, I Want to Turn Into You”, em vídeo divulgado na última terça-feira.
Com banda de apoio, Polachek apresentou as canções “Pretty in Possible”, “Blood and Butter”, “Sunset” e “I Believe” em novos arranjos que apostam na sonoridade orgânica e crua; ainda que sem deixar de lado a já característica sofisticação de seus projetos.
A visceralidade e a extensão dos vocais de Caroline ganharam destaque — tanto que, na descrição do vídeo, a NPR afirma que “os haters podem até dizer que é Auto-Tune, mas, quando ela canta ao vivo e sem amplificação, fica claro que o alcance e o controle impressionante que você ouve são totalmente dela”.
Aos 38 anos de idade, Polachek tem uma vasta trajetória na indústria musical
O título de ser um dos maiores nomes do pop alternativo para a Caroline Polachek até pode parecer natural — entretanto, para chegar até aqui, a artista precisou experimentar com muitas vertentes sonoras, terminar uma banda, mudar de nome, e até mesmo compor para outras cantoras.
Durante seus anos como estudante de artes na Universidade do Colorado, Polachek formou a banda de synthpop Chairlift ao lado do colega de faculdade Aaron Pfenning e, mais tarde, com Patrick Wimberley.
E, já no primeiro álbum, “Does You Inspire You”, lançado em 2008, o trio já flertou com o sucesso através da canção “Bruises”.
Com o álbum “Something”, de 2012, a banda conseguiu alcançar a lista da Billboard 200. No entanto, mesmo estando cada vez mais populares e prestes a furar a bolha do underground, o grupo se desfez após o lançamento do disco “Moth”, lançado em 2016.
Quase que de forma anônima, entre o segundo e o terceiro álbum do Chairlift, Caroline lançou o seu primeiro projeto solo. Sob o alter ego Ramona Lisa, o álbum “Arcadia”, lançado em abril de 2014, já indicava todo o experimentalismo musical que a acompanharia até hoje.
Ainda nesse período, ela começou a compor e assinar produções para nomes de peso na indústria — “No Angel” da Beyoncé, “SDP Interlude” do Travis Scott, “Our Music” da Solange em parceria com a Kelela e “Tears” da Charli XCX são alguns dos exemplos mais expressivos do seu trabalho como compositora.
Em janeiro de 2017, “Drawing The Target Around The Arrow”, seu segundo álbum de estúdio solo, foi lançado. Abandonando o alter ego de Ramona Lisa, dessa vez ela resolve usar as iniciais do seu nome completo, CEP, para dar espaço à experimentação com canções minimalistas e instrumentais.
Caroline, na intenção de escrever músicas e sugeri-las para Katy Perry, conheceu o produtor Danny L Harle em Los Angeles. A parceria entre os dois foi instantânea e não demorou muito para que ambos desistissem da ideia inicial para, então, darem início ao processo de composição do que viria a ser o álbum “Pang”.
Agora sob o nome de batismo, o terceiro álbum solo da carreira — e o primeiro oficialmente — de Caroline Polachek é lançado em outubro de 2019.
Os singles “Door”, “Parachute” e “Ocean of Tears” até fizeram um burburinho na crítica especializada e na recepção do público, mas foi com a canção “So Hot You’re Hurt My Feelings” que ela conquistou um hit retroativo ao viralizar no TikTok em 2022.
Com base em 14 críticos profissionais, “Pang” recebeu a pontuação de 82 no Metacritic e conquistou o título de “aclamação universal”. Além disso, o disco figurou nas listas de melhores do ano de 2019 nas principais publicações de avaliação musical, como Pitchfork, The Fader e Dazed.
"Desire, I Want to Turn Into You" é um dos cotados para figurar em indicações no Grammy 2024
Rodeado de muita espectativa, o segundo álbum oficial da sua carreira, "Desire, I Want to Turn Into You", foi lançado em 14 de fevereiro de 2023. Concebido, produzido e gravado entre Londres e Barcelona, Caroline repete a parceira com o produtor Danny L Harle para se aventurar ainda mais em sonoridades experimentais e expandir os horizontes do pop.
Com 12 faixas e cerca de 45 minutos de duração, o álbum reafirma, com mais força e propriedade, a identidade artística multifacetária de Polachek — e, principalmente, o seu conhecimento musical enciclopédico. Além da produção afiada, o seu alcance vocal se torna um instrumento para reinventar o conceito de "pop perfection" em sonororidades e melodias extravaganets que vão des de gaitas de fole escoses até levadas de guitarra flamenca.
E não é à toa que o projeto impulsionou a carreira de Caroline para o mundo como o principal expoente da música pop alternativa do momento. Com aclamação unânime da crítica especializada, o projeto é um dos mais cotados a figurar em indicações no Grammy 2024 — em especial, nas categorias de Álbum do Ano, Melhor Álbum Alternativo e Melhor Performance de Música Alternativa.
