Retomada letiva é mais lenta nas Ifes

Retomada letiva é mais lenta nas Ifes

Nos três institutos federais instalados no RS existem orientações para a retomada gradual do trabalho presencial, mas todos alertam para as diferentes realidades dos campi

Por
Maria José Vasconcelos e Vera Nunes

Em regime de ensino remoto desde o início da pandemia, as Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) são as que promovem com mais vagar o retorno integral das aulas presenciais. Em dezembro de 2020, o Ministério da Educação (MEC) determinou às Ifes a retomada presencial em janeiro deste ano – quando sequer havia vacinação em massa. Mas, agora, com 88,5% da população adulta do RS vacinada ao menos com a primeira dose, as instituições no Estado ainda ensaiam os primeiros passos para a volta aos campi. Entre os motivos elencados para a demora, está o respeito a protocolos sanitários, que envolvem aspectos estruturais das instituições. Nos três institutos federais tecnológicos no RS (Ifets) existem orientações para a retomada gradual das atividades presenciais, mas todos alertam para as diferentes realidades dos campi onde estão localizados.

IFRS

No Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do RS (IFRS), um documento (Ofício Circular n° 199/2021) foi enviado no dia 30/8, aos diretores-gerais dos 17 campi e às comissões locais de controle da Covid-19 em cada uma das unidades. No texto, orienta-se que toda a comunidade escolar realize a vacinação completa, tão logo seja oportunizada. E que o início de atividades práticas e de atendimento aos estudantes ocorra após a conclusão do esquema vacinal dos trabalhadores em educação da unidade, caso o contexto sanitário local permita.

O reitor do IFRS, Júlio Xandro Heck, salienta que a segurança da comunidade acadêmica é o que orienta as decisões institucionais, desde o início da pandemia, levando a instituição a desenvolver atividades administrativas e de ensino de forma remota. Com a vacinação progredindo e a adoção dos protocolos estudados e divulgados pelo IFRS, é possível planejar um retorno presencial gradual. “Essa retomada – que deve ser gradual, cautelosa e segura – converge com os compromissos do IFRS em ofertar educação de qualidade, zelando pelo acesso, permanência e êxito dos nossos estudantes, sem deixar de lado a saúde e a segurança de toda nossa comunidade”, observa. Ele adianta que, em breve, será publicada uma Portaria, com diretrizes para a organização das atividades do IFRS no período de retomada da presencialidade.

IFFar

As atividades de ensino, pesquisa, extensão e administração seguem em formato remoto no Instituto Federal Farroupilha (IFFar), pelo menos até 30/9, quando o Conselho Superior (Consup) se reunirá para reanalisar essa pauta. A decisão de manter atividades remotas considerou estudos técnicos quanto aos impactos de uma retomada presencial, sob os pontos de vista epidemiológico, pedagógico e orçamentário, e ainda particularidades do IFFar – instituição com campi em 11 municípios com diferentes realidades.
“Cada campus tem suas características, como cursos ofertados, espaço físico ou localização. Em todo o IFFar – que possui estudantes de mais de 290 municípios – essa retomada será gradual, analisada na unidade e a partir das orientações institucionais formalizadas. E temos clareza que todas as atividades ou todos os estudantes e servidores não voltarão presencialmente de uma só vez”, assinala a reitora do IFFar, Nídia Heringer.

IFSul

Também no Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul) ainda não há data definida para a volta presencial. Em reunião extraordinária, dia 2/9, o Conselho Superior (Consup) estabeleceu atividades acadêmicas em caráter excepcional, enquanto durar a suspensão das aulas presenciais. Entre essas atividades excepcionais, estão os trabalhos de conclusão de curso e as aulas práticas dos formandos.

O reitor do IFSul, Flávio Nunes, destaca que os critérios para o desenvolvimento do trabalho presencial excepcional foi aprovado pelo Conselho, após amplo debate junto à comunidade acadêmica. “Serão atividades presenciais que necessitem ser realizadas em laboratórios/oficinas para estudantes que estejam em turmas de formandos, por exemplo. Atividades eminentemente práticas.” O reitor acrescenta que cada campus do IFSul terá autonomia para definir e que ainda não foi estabelecido um dia exato para o começo dessas atividades. “Será definido em cada campus e cursos após estudo. Cabe ainda salientar a importância de continuarmos tomando todos os cuidados de prevenção contra a Covid-19, pois a pandemia ainda não terminou”, observa.

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895