Reencontro controlado

Reencontro controlado

Expointer volta a receber público e grande número de animais neste ano

Por
Danton Júnior

Ausente em 2020 devido à pandemia, o público será a grande atração da 44ª Expointer, que se inicia neste sábado no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. A cada dia, será permitido o ingresso de até 15 mil pessoas, que somadas aos cerca de 10 mil trabalhadores, formam um contingente de cerca de 25 mil pessoas na exposição. Como a pandemia ainda inspira cuidados em relação à Covid-19, uma série de ações deve ser implementada com o objetivo de garantir a segurança do evento – a começar pela bilheteria, que neste ano será apenas on-line para evitar aglomerações. A feira segue até 12 de setembro.

A Expointer começa num momento em que, segundooMonitoramento da Imunização contra Covid-19, 88,5% da população gaúcha vacinável (que totaliza 8,9 milhões de pessoas) foi imunizada com pelo menos uma dose. A estratégia para a realização do evento foi montada em conjunto pelas secretarias da Agricultura e da Saúde, que definiram os protocolos sanitários com base em estudos do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs).

O uso de máscara será obrigatório para visitantes e participantes do evento (foto acima), como expositores, tratadores de animais, veterinários, palestrantes e autoridades, entre outros. Dispensadores de álcool em gel e lavatórios de mãos estão distribuídos em diversos pontos do parque. Além disso, 150 monitores farão abordagens para tratar da prevenção à Covid-19, lembrar da obrigatoriedade do uso de máscaras e verificar o cumprimento das normas sanitárias. Os visitantes não precisarão apresentar teste negativo ou comprovação de vacinação, mas expositores e trabalhadores devem providenciar o exame. Todas as pessoas, porém, passarão por triagem ao entrar no parque, na qual deverão verificar a temperatura.

Atividades como happy hours, coquetéis, degustação de produtos e shows não serão permitidas. O evento também não receberá excursões e não terá parque de diversões. Os portões de acesso ao parque ficarão abertos das 8h às 19h30min. “Seremos rigorosos com a saúde das pessoas”, promete a secretária da Agricultura, Silvana Covatti.

Bom Momento

A Expointer deste ano recebeu a inscrição de 4.057 animais (que serão tema de caderno específico do Correio do Povo Rural neste domingo), 85 expositores de máquinas, entre fabricantes e concessionárias, e 228 pequenos empreendimentos agroindustriais distribuídos em 210 estandes no Pavilhão da Agricultura Familiar.

A feira também está embalada pelo bom momento vivido pelo setor agropecuário. Na última safra de verão, os gaúchos colheram 20,2 milhões de toneladas de soja, o que representou um recorde. Além disso, o preço da oleaginosa subiu nos últimos meses e chegou à faixa dos R$ 160,00 – há um ano, a cotação estava em cerca de R$ 135,00. Porém, um fator que preocupa o produtor para a próxima safra é o aumento dos custos frente à elevação da taxa de câmbio. Ainda assim, o setor de máquinas agrícolas está otimista com as vendas. O presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no RS (Simers), Cláudio Bier, projeta o encaminhamento de mais de R$ 1 bilhão em negócios nesta feira. “Nada supera uma Expointer presencial”, resume.

Esta será a primeira edição da Expointer após o reconhecimento internacional do Rio Grande do Sul como zona livre de febre aftosa sem vacinação, o que significa que expositores de Santa Catarina (estado que já havia deixado de vacinar o seu gado há mais tempo) também poderão trazer animais para o evento. A evolução do status sanitário faz com que o setor da pecuária projete mais crescimento nas exportações brasileiras de carne nos próximos anos.

“É um esforço muito grande que estamos fazendo para levar a efeito a nossa Expointer, que é uma grande apresentação do agronegócio gaúcho”, afirma o presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira.

O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag/RS), Carlos Joel da Silva, ressalta o momento de celebração pelo fato de a produção rural não ter sido interrompida com a pandemia. “Isso demonstra a importância que tem a agricutura e a pecuária no Rio Grande do Sul”, observa.

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895