Zanchin reitera educação como prioridade na abertura do quinto seminário em Santa Cruz do Sul
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Zanchin reitera educação como prioridade na abertura do quinto seminário em Santa Cruz do Sul

Articulação do Legislativo e da sociedade resultará em propostas para o Marco Legal da Educação do RS, balizando propósitos e metas para alavancar os índices da área com repercussão no desenvolvimento do Estado

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O quinto encontro do Movimento pela Educação, promovido pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (ALRS), teve como objetivo discutir alternativas para melhorar o ensino gaúcho. O evento, realizado em Santa Cruz do Sul, reuniu especialistas da área, lideranças políticas e da sociedade da região dos Vales. Os principais temas discutidos na oportunidade foram a valorização dos professores e como aumentar atratividade de docentes, já que o Estado enfrenta dificuldade para formar novos profissionais. Além de como ampliar o ensino integral e profissionalizante no Estado e a necessidade das instituições escolares se adaptarem aos novos tempos.

O presidente da ALRS, deputado Vilmar Zanchin (MDB), destacou que são encaminhadas para o governo do Estado as sínteses de todos os temas que são debatidos nas diferentes regiões do Estado que já receberam o evento. “Nos encontros anteriores identificamos o desejo das comunidades de que se amplie o número das escolas com o ensino em tempo integral e uma atenção maior ao ensino profissionalizante”, ressaltou .

Zanchin observou que estatísticas mostram que 18% dos jovens com idades entre 18 e 24 anos chegam a uma universidade no Brasil e que os demais precisam ser assistidos com o mínimo de formação para que busquem um espaço no mercado de trabalho. “Quem tem que dar esta formação e as condições é a escola, por isso, a preocupação com uma atenção maior ao Ensino Profissionalizante. Outro eixo importante que também identificamos estar presente em todos os debates é a valorização da carreira docente”, ressaltou.

Segundo o parlamentar, a valorização não se dá apenas com uma maior remuneração para os professores, mas também com uma formação continuada e de qualidade “para que eles tenham as ferramentas adequadas para repassar o conhecimento para os alunos” e prepará-los para a vida e para o mercado de trabalho. “Quando falo das ferramentas, falo especificamente sobre o Ensino Tecnológico, tão necessário nos dias atuais. São eixos que observamos que estão presentes em todos os debates que realizamos. Todas as sugestões que estamos coletando repassamos ao governo para que iniciativas sejam tomadas em forma de políticas públicas de Estado e que sejam adotadas no Rio Grande do Sul”, afirmou.

Zanchin destacou ainda que algumas iniciativas virão do Executivo e, outras, o parlamento gaúcho apresentará em forma de projeto de lei ao final dos trabalhos, em novembro. O deputado lembrou que a Assembleia estava afastada do debate e que, com a iniciativa, pretende estar inserida na discussão sobre a educação, contribuindo com todos os interessados na melhora do setor. Ele também ressaltou que, passada a fase dos eventos, o papel da Assembleia será o de fiscalização e acompanhamento da implantação dessas políticas públicas.

“Estamos vivendo no Rio Grande do Sul um momento de uma sinergia como nunca presenciamos antes, que é os poderes instituídos trabalhando juntos pela educação e com a própria sociedade se envolvendo. Tenho a esperança de que daremos um salto de qualidade na educação para o bem do Estado, do futuro das novas gerações, mas, sobretudo, para garantir um desenvolvimento econômico e social ao longo do tempo”, concluiu.

O Painel Educação para o Desenvolvimento da quinta edição do Movimento pela Educação reuniu a secretária estadual de Educação, Raquel Teixeira, a diretora da Escola Municipal de Educação Básica Ezequiel Nunes Filho, de Esteio, Fernanda Britz Luiz, e o reitor da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Rafael Frederico Henn. Em forma de bate-papo, os palestrantes iniciaram analisando o cenário atual e dando sugestões para melhorar a educação no RS.

A secretária Raquel Teixeira falou sobre a necessidade de as instituições educacionais se adaptarem aos novos tempos para que sejam atrativas para os alunos e os preparar para os desafios que virão. “Nosso papel é olhar o futuro, entender o futuro e ajudar os nossos alunos a se prepararem. O mundo que prevemos para o futuro é que ele será híbrido, aberto, flexível, colaborativo, em que se requer não apenas fórmulas decoradas de física, que não fazem mais sentido, mas a aplicação delas. A avaliação do ensino hoje, por exemplo, não se mede mais o que o aluno sabe, mas serve para medir o que o aluno faz com aquilo que ele sabe. Essa é uma mudança muito importante e que temos que direcionar para as nossas escolas”, afirmou. “Hoje tão importante quanto física é aprender a ter empatia, ter resiliência, ter capacidade de colaborar e trabalhar com resolução de problemas de forma coletiva”.

O reitor Rafael Frederico Henn destacou a importância do Ensino Técnico Profissionalizante e a mudança que as universidades vêm realizando para se adaptar as exigências dos tempos atuais. “Hoje a universidade se dá em todos os aspectos, principalmente, na formação, após o ensino médio, mas não precisa necessariamente ser um ensino superior. Pensamos muito em como educar o jovem para o mercado de trabalho em todas as dimensões. Nem sempre é, o ensino superior. Todas as universidades estão oferecendo ensino técnico, pois, muitas vezes, o aluno não pode esperar quatro ou cinco anos para ingressar no mercado de trabalho. Os cursos técnicos profissionalizantes permitem a pessoa ter uma profissão, ter um conhecimento e ingressar no mercado de trabalho e, talvez, posteriormente, melhorar os estudos em um ensino superior”, revelou Henn.

A diretora Fernanda Britz Luiz enfatizou que é muito importante que a sociedade observe com atenção as experiências exitosas que ocorrem no Estado, até para que todos os envolvidos sejam incentivados com bons exemplos e consigam implementar as práticas em mais locais. Para a diretora da escola de Esteio, a formação dos professores e a educação em tempo integral são fundamentais para o avanço do ensino no Estado. Ela contou como ocorreu a municipalização da escola onde trabalha e o quanto a mudança para os dois turnos foi positiva. “Fizemos reuniões periódicas para debater com a comunidade escolar e, apesar de um trabalho árduo e inovador, a mudança está trazendo bons frutos para o município e para os alunos”, destacou.

Além do presidente do parlamento, participaram do evento a deputada Kelly Moraes (PL) e os deputados Edivilson Brum (MDB), Airton Artus (PDT) e Marcus Vinícius (PP). Também estiveram presentes, a prefeita de Santa Cruz do Sul, Helena Hermany, e a presidente da Câmara de Vereadores da cidade, Bruna Molz.

Painel enfoca formação de professores, ensino técnico e futuro da educação

Outro tema que foi debatido pelos participantes foi a possibilidade de um “apagão” na formação de novos professores devido à falta de valorização destes profissionais. Eles destacaram que são necessárias mudanças urgentes para que os jovens retomem o desejo de seguir na carreira do ensino.  

“Apenas 18% dos jovens estão dentro das universidades, o restante está fora. Se acreditarmos que o desenvolvimento se dá pela educação, isso é um problema que se fala no desenvolvimento do Estado e do Brasil. Em uma ponta, observamos muitos professores se aposentando e um apagão no Estado em relação a várias áreas do ensino. Não tem professores". E o vice-governador Gabriel Souza nos trouxe um dado que muitos outros vão se aposentar nos próximos cinco anos. "O apagão será ainda maior”, destacou o reitor da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Rafael Frederico Henn.

“Na outra ponta, nas universidades, não tem aluno que quer ser professor. O jovem não vê mais como uma boa opção ser professor. A valorização financeira é importante, mas temos que entender um pouco mais esse aspecto para ver qual é a dor que o professor tem lá na ponta, pois na essência, o grande educador é o professor. Mas por que os jovens não querem mais ser professores? Eu não tenho a resposta dos motivos, mas é algo que tem que ser discutido, Deve existir políticas de valorização dos professores em todos os aspectos”, assinalou.

De acordo com a secretária estadual da Educação, Raquel Teixeira, apenas 2,7% dos estudantes brasileiros querem entrar na profissão, segundo dados da última edição do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Para Raquel, além da valorização financeira, é preciso uma mudança na forma como a sociedade enxerga os docentes. “A atração, a sedução e a permanência dos professores é, talvez, o maior desafio que a educação tenha hoje, o que implica a valorização financeira, mas também na valorização da sociedade. Precisamos reconhecer o professor como um profissional do conhecimento, intelectual, científico e absolutamente essencial. Principalmente, na educação básica”, alertou.

A secretária ainda revelou que o governador Eduardo Leite anunciará um programa para a formação de professores. “É uma indução a formação de professores com apoio as universidades e aos estudantes que escolherem esse caminho. É mais que estímulo, é uma indução. É um problema da sociedade, não só do governo. O Brasil em um ranking de 80 países é o que menos valoriza o professor, isso em uma pesquisa internacional. Ou seja, a mudança tem que começar em cada um de nós. Temos que olhar o professor com respeito e apoio. É na sala de aula que se forma uma nação. Ou entendemos isso, ou vamos ter problema”, concluiu.

Após o Painel Educação para o Desenvolvimento, o diretor do Campus Caldeira, Felipe Amaral, fez uma palestra apresentando o trabalho de aproximadamente três anos do Instituto Caldeira, em Porto Alegre, que é um hub de inovação com mais de 22 mil metros quadrados que promove a conexão entre grandes empresas, startups, universidades e poder público, gerando um movimento transformador de fomento do ecossistema de tecnologia e inovação.

Amaral apresentou números e destacou a plataforma de educação do instituto, que é o Campus Caldeira, que surgiu da necessidade das empresas de preencherem vagas com pessoas qualificadas. “Temos uma oportunidade gigantesca de inserir jovens neste processo e realizar transformações sociais e econômicas”, destacou o diretor. Desde a inauguração, o Caldeira já capacitou mais de 6 mil jovens.

Evento teve palestra, audiência pública e descerramento de placa comemorativa

Depois da palestra do diretor do Campus Caldeira, Felipe Amaral, ocorreu uma homenagem ao evento com o descerramento de uma placa comemorativa. "Estamos com projeto de interiorização da Assembleia. Para marcarmos esse projeto em que discutimos, principalmente, a questão da educação, deixamos uma placa para ser afixada na Prefeitura, marcando um compromisso de toda a região com esse tema tão importante que é a educação", explicou o presidente da Assembleia Legislativa do RS, o deputado Vilmar Zanchin.

Posteriormente, ocorreu uma audiência pública sobre desenvolvimento regional com a participação da deputada Kelly Moraes (PL) e dos deputados Edivilson Brum (MDB), Airton Artus (PDT) e Marcus Vinícius (PP). Além dos parlamentares, participaram a secretária estadual de Educação, Raquel Teixeira; o presidente do Fórum dos Coredes, Roberto Visoto; a vice-presidente do Corede Vale do Rio Pardo, Carmen Lúcia de Lima Helfer; a reitora da Univates, Evania Schneider, representando o Corede Vale do Taquari; e a presidente da Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Sul, Bruna Molz.

Na oportunidade, os representantes dos Conselhos de Desenvolvimento do Estado (Coredes)apresentaram demandas da região. Entre elas, o fortalecimento das universidades comunitárias, a captação, reservação e uso da água, o fortalecimento da saúde pública, a promoção da qualificação profissional, o desenvolvimento da inovação e tecnologia e a qualificação e desenvolvimento do turismo regional. No final da audiência, Zanchin recebeu um documento contendo todas as demandas.


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DESDE 1º DE OUTUBRO 1895