Especialista indica cuidados com a saúde no verão

Especialista indica cuidados com a saúde no verão

É preciso estar atento ao perfeito funcionamento dos órgãos diante das oscilações de clima, tempo e pressão

Amrigs

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O corpo humano possui um intenso poder adaptativo ao meio ambiente. A capacidade de manter seu equilíbrio interno, ou seja, de manter o perfeito funcionamento dos órgãos diante das oscilações de clima, tempo e pressão, damos o nome de homeostase.

A temperatura média do corpo humano oscila de 36,5°C a 37,5°C, considerada como temperatura corporal normal. Mesmo nos dias quentes, como o verão, o corpo mantém esse equilíbrio térmico com algumas mudanças no seu funcionamento como diminuição do seu metabolismo e, portanto, menor produção de calorias e aumento da vascularização cutânea. Há um aumento de influxo sanguíneo para os vasos da pele para propiciar maior troca de calor. Dessa forma, aumenta a capacidade de “refrigeração” do nosso sistema interno permitindo uma maior troca de calor com o meio externo.

Essa vascularização cutânea aumentada tem intercorrências sobre a quantidade de sangue que chega ao trato gastrointestinal que, em suma, se torna muito menor. Isto acontece devido à capacidade adaptativa que o corpo apresenta. No entanto, com menos sangue e menos oxigênio chegando às células do aparelho digestivo, ele também se adapta diminuindo as suas funções. Dessa forma, o consumo de alimentos de difícil digestão como gorduras, carnes e frituras, vão dar aquela sensação de “digestão pesada” ou “peso” no estômago, além de sonolência, tonturas e indisposição.

Nos dias quentes, a maioria das pessoas tira as tão sonhadas férias e acaba modificando muito a sua alimentação. Ficam hospedados em praias, pousadas e hotéis, onde ingerem alimentos nem sempre de procedência e com os devidos cuidados de higienização, preparação ou conservação. Além do mais, o próprio clima quente acaba propiciando a proliferação de bactérias e vírus nos alimentos perecíveis. Disto resulta numa superlotação das emergências com quadros de náuseas, vômitos e diarreias, condizentes com as tão frequentes gastroenterites, infecções intestinais ou as tão faladas intoxicações alimentares.

Alimentos diferentes, com temperos estranhos aos quais estamos habituados, aliados a um a ingestão de bebidas alcoólicas comuns no veraneio, também ocasionam um aumento da irritação da mucosa gástrica, seja por diminuição do pH dentro do estômago ou por irritação química direta. As queixas de azia e estufamento se tornam frequentes, provocando um crescimento nas incidências das gastrites.

Sendo assim, os cuidados de saúde devem ser redobrados nos meses de verão. Devemos preferir alimentos leves, de boa procedência, comer menos, porque o corpo precisa de menos calorias diárias e, por consequências, também diminuir a chance de ganhar aqueles quilinhos a mais. Também é preciso ingerir bastante líquido, menos derivados de álcool e não exagerar em temperos exóticos aos quais não estamos habituados.

Obviamente, os cuidados com o sol e a devida fotoproteção também deverão ser respeitados. Afinal, quem não gosta de praia, não é mesmo? Logo, aproveite com responsabilidade. É de nossa saúde que estamos falando.

MD Douglas Rafael Beling
CRM: 30403
Cirurgião Geral
Cirurgião do Aparelho Digestivo
Endoscopia Digestiva
Cidades de atuação: Agudo, Santa Cruz do Sul e Santa Maria


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