A arte embeleza a vida e traz leveza para alma

A arte embeleza a vida e traz leveza para alma

Liliane Broll conta um pouco como começou a fazer artesanatos e as mudanças internas promovidas por essa atividade

Simone Lopes

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A vida se comunica conosco a todo instante e nos traz experiências, pessoas e movimentos que nos inspiram ou até mesmo nos retiram da zona de conforto para que possamos buscar novos horizontes. Há alguns processos mais sutis outros nem tanto, porém o que está sempre sendo solicitado é a realização de algo diferente. Apenas isso, mas, às vezes, não compreendemos. Por isso, muitos eventos se repetem para que possamos aprender com eles as suas inúmeras lições. Em um dos momentos de alguns desafios, conheci a Liliane Brião Broll, natural de Cachoeira do Sul. Ela é casada, mãe da Sophia e do Arthur, tem 38 anos, é técnica de enfermagem e também se redescobriu fazendo artesanato. É um hobbie que traz muita alegria, leveza e realização. Um pouco dessa história você pode acompanhar nesta entrevista, que tive a honra de realizar: 

Entrevista Especial | Liliane Brião Broll

CP: Fale um pouco sobre você, seu nome completo, idade, cidade em que nasceu. Há quanto tempo está na Capital? 

Liliane: Liliane Brião Broll 38 anos, casada, mãe da Sophia e do Arthur. Nasci na terra do arroz, Cachoeira do Sul. Sou de uma família muito simples e vim há 21 anos para capital com objetivo de estudar e trabalhar.

CP: Qual a sua formação e a sua área de atuação?

Liliane: No meu segundo grau, fiz Magistério em Cachoeira do Sul. Vindo para a Capital, iniciei o curso de técnico em enfermagem e atualmente estou no último semestre no curso superior de Pedagogia. Trabalho, há 17 anos, como técnica de enfermagem, com passagens pelos Hospitais Moinhos de Vento, Santa Casa e trabalho há 16 anos no Hospital Mãe de Deus.

CP: Como vc começou a fazer artesanato? 

Liliane: Quando eu estava cursando o 1º Grau, tive a disciplina de Técnicas Domésticas, em que aprendi a bordar ponto cruz e por muitos anos foi meu hobbie. Também aprendi a fazer cartões de papel vegetal, mas quando fui organizar a festinha de 1 ano do meu filho, eu queria fazer alguma coisa diferente. Na ocasião, pesquisando na internet, vi um lindo enfeite de mesa de palhacinho (foto abaixo), feito de "E.V.A" (Etileno Acetato de Vinila), então decidi saber como fazer, comprei os materiais, assisti a aula e fui fazendo, fiz 15 enfeites e todos os convites do aniversário, a partir daí não parei mais.

CP: O que você sente ao fazer o artesanato e quando entrega suas encomendas? 

Liliane: Quando estou produzindo minhas peças, me sinto leve e muito feliz em estar no meu Ateliê (um sonho realizado). Coloco todo o meu amor e carinho em cada detalhe. E ao entregar, sinto uma satisfação enorme quando meu cliente abre aquele sorrisão, aquele brilho no olhar. Com isso, trabalho mais para conseguir melhorar o meu serviço a cada dia e oferecer tudo com eficiência e qualidade.

CP: Quais materiais você usa? Você tem alguma técnica própria? Como você aprendeu essa atividade e quais as referências que você busca?

Liliane: O material principal é feito em E.V.A (Etileno Acetato de Vinila), acrescento MDF, tecidos, materiais da natureza, fitas, tintas e entre outros itens para completar o trabalho e deixá-lo muito lindo. Aprendi a fazer os trabalhos em E.VA na internet e depois fazendo cursos presencias e online. Tem algumas artesãs que me inspiram como Amada Pin, Adriana Eifler, Rosmeri Bianchi, Caren Araujo, Liviene. Atualmente estou fazendo curso de Mentoria com a Soraia Ferreira e de Precifique e venda com a Maira Pereira, ambos para auxiliar o meu crescimento profissional.

CP: O que mudou em você após começar a fazer artesanato, em relação a sentimentos e pensamentos, ou melhor, ao seu modo de vida?

Liliane: Mudou muito. Primeiro, tive que dividir o meu tempo pessoal, trabalho, casa, filhos e marido para conseguir ir encaixando o tempo disponível para uma melhor organização. Esse tempo dedicado para o artesanato me traz momentos de satisfação pessoal, é um momento único, onde não é só fazer uma peça para venda, é levar algo a mais para cada lar. Além disso, é uma terapia maravilhosa.

CP: Hoje é um hobbie ou já está virando um negócio ou os dois? E o que você considera fundamental para um bom profissional?

Liliane: Inicialmente começou com um hobbie, hoje já estou me organizando para virar um negócio, onde analisando o mercado, existe muitas artesãs que não exploram seu potencial. Meu objetivo é fazer uma grande comunidade de profissionais trocando ideias e experiências. Entendo que um bom profissional precisa ter, independente do que faça, muita dedicação, disciplina e amor.

CP: Você se inspirou e se inspira em alguém? Essa fonte de inspiração é da família ou não? Tem mais alguém na família que também faz artesanatos?

Liliane: Sim, minha mãe faz crochê, tricô e pinta panos de pratos e jogos de banheiro, aliás ela é muito boa nisso.

CP: Uma reflexão... A vida é (ou pode ser) uma festa enfeitada com EVA? Como você vê a vida? Quais as perspectivas que você tem da vida? Como você enxerga a vida? 

Liliane: Entendo que a vida precisa ser leve, colorida e alegre. Nos meus trabalhos, procuro trazer isso, decorar os ambientes de uma maneira viva, onde as pessoas se sintam bem.

CP: E no campo humano... O que é importante em uma pessoa?

Liliane: Eu busco, como ser humano, evoluir constantemente, errar e aprender, ensinar e ser ensinado. Não podemos apenas passar pela vida voando, precisamos deixar um legado para as pessoas que escolhemos estar em nosso lado, assim conseguiremos multiplicar o bem, mesmo não estando aqui um dia.

CP: Você tem sonhos?

Liliane: Tenho muitos objetivos, cada degrau conquistado, vamos acrescentado outros. Atualmente, estou profissionalizando meus trabalhos de artesã, estou registrando marca, criando logos, montando página e criando uma rede de contatos para profissionalização, quero ser referência na minha região e com isso conseguir retribuir o que aprendi para novas pessoas que querem
se descobrir nesse mundo do artesanato. 

CP: A arte atua muito nas emoções e na alma humana. Você acredita que esse dom pode ser um canal para transformar e curar a alma?

Liliane: Entendo que sim, pois quando se está bem e feliz, as pessoas se transformam e transbordam de amor e alegria.

CP: A sua área é da saúde. Como você ingressou nessa área e por quê?

Liliane: Primeiro, precisava trabalhar e por influência da minha irmã que já trabalhava na área da saúde, depois com o tempo fui descobrindo o prazer em ajudar as pessoas, no momento que estão no hospital, precisam de muita atenção, carinho e amor, gosto muito de dar atenção aos meus pacientes, fazer com que se sintam acolhidos e isso me satisfaz.

CP: Na sua visão, por que as pessoas adoecem? E por que também se curam?

Liliane: Existem vários fatores para adoecerem, pode ser externo (estresse) ou interno (uma doença hereditária). Entendo que elas se curam pelos procedimentos médicos e principalmente pela forma como lidam com a adversidade da doença, seja qual for o problema, é muito importante ter uma rede de apoio e ser o mais otimista possível. 

Instagram: @ateliedalilib


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