Musk volta atrás e diz que continuará financiando rede de internet Starlink na Ucrânia
Diretor da Space X havia pedido que governo dos Estados Unidos que assumisse a tarefa
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O diretor executivo da SpaceX, Elon Musk, anunciou neste sábado (15) que continuaria financiando a rede de internet Starlink na Ucrânia. Ele voltou atrás em relação às declarações do dia anterior, quando pediu ao governo dos Estados Unidos que assumisse a tarefa.
"Não importa", tuitou o homem mais rico do mundo. "Embora a Starlink ainda esteja perdendo dinheiro e outras empresas estejam recebendo bilhões de dólares dos contribuintes, continuaremos financiando o governo ucraniano gratuitamente."
The hell with it … even though Starlink is still losing money & other companies are getting billions of taxpayer $, we’ll just keep funding Ukraine govt for free
— Elon Musk (@elonmusk) October 15, 2022
Starlink tem sido vital para Ucrânia
As discussões ocorrem em um momento em que Musk está envolvido em disputas públicas com líderes ucranianos, irritados com o plano controverso do magnata para uma desescalada do conflito, que incluiria o reconhecimento da soberania russa sobre a Crimeia.
A Starlink, uma constelação de mais de 3.000 pequenos satélites em órbita baixa da Terra, tem sido vital para as comunicações da Ucrânia em sua luta contra a invasão russa. A SpaceX doou cerca de 25.000 terminais terrestres, de acordo com um número atualizado fornecido por Musk na semana passada.
Nesta sexta-feira, o polêmico empresário alertou que a empresa espacial "(não podia) continuar financiando o sistema existente indefinidamente e enviando milhares de terminais adicionais (...) Não é razoável". Segundo o bilionário, a ajuda à Ucrânia já custou US$ 80 milhões à empresa, uma conta que deve chegar a US$ 100 milhões até o final do ano.
Musk garante que, exceto por uma "pequena porcentagem", todos os custos de implantação e manutenção dos terminais Starlink na Ucrânia foram arcados pela SpaceX.
No entanto, a emissora CNN informou que os números da SpaceX compartilhados com o Pentágono mostram que cerca de 85% dos primeiros 20.000 terminais na Ucrânia foram parcialmente pagos por países como Estados Unidos, Polônia ou outras entidades, que também pagaram por cerca de 30% da conectividade da internet.
Sobreviver
A vice-secretária de imprensa do Pentágono, Sabrina Singh, disse nesta sexta-feira que o Departamento de Defesa dos EUA entrou em contato com Musk sobre a questão do financiamento.
"Podemos confirmar que o departamento recebeu correspondência da SpaceX sobre o financiamento de seu produto de comunicações via satélite na Ucrânia. Continuamos a nos comunicar com a SpaceX sobre este e outros assuntos", revelou Singh em comunicado.
Ela havia dito anteriormente a repórteres que existem alternativas possíveis ao Starlink, mas se recusou a elaborar: "Certamente existem outros recursos de comunicação por satélite por aí. Não vou revelar nossa mão agora sobre o que exatamente eles são ou com quem estamos conversando."
Musk recentemente entrou em conflito com autoridades ucranianas, incluindo o presidente Volodimir Zelensky, depois de sugerir um acordo de paz que envolveria a realização de novos referendos controversos em territórios ucranianos ocupados pela Rússia, uma ideia bem recebida por Moscou.
O embaixador de Kiev na Alemanha, Andriy Melnyk, opinou no Twitter, dizendo a Musk para "se ferrar".
Em um tuíte nesta sexta-feira, que incluiu um emoji 'dando de ombros', em claro sinal de deboche, Musk disse: "Estamos apenas seguindo sua recomendação".
Singh se recusou a comentar se Musk decidiu interromper o serviço Starlink na Ucrânia em resposta ao comentário do embaixador, dizendo que era uma pergunta a ser feita para a SpaceX.
Enquanto isso, o Financial Times informou que as interrupções do Starlink afetaram as forças ucranianas na linha de frente, dificultando sua capacidade de recapturar áreas controladas pela Rússia no leste do país, mas disse que a situação melhorou posteriormente.
"Goste ou não, @elonmusk nos ajudou a sobreviver aos momentos mais críticos da guerra", tuitou o conselheiro presidencial ucraniano Mikhailo Podolyak.