Pessoas devem ter cuidado com cadastramento em redes sociais

Pessoas devem ter cuidado com cadastramento em redes sociais

Especialista alerta que usuários podem por vezes não estar atentas à dimensão dos dados fornecidos às empresas

Correio do Povo

Pessoas devem ter cuidar dados na internet, alerta especialista

publicidade

No Dia Internacional da Proteção de Dados, deve ser aceso um alerta aos usuários na internet a algo que eles passam, dependendo da rotina, horas e horas no dia: as redes sociais. Em um mundo super conectado e com cada vez mais adventos tecnológicos, as pessoas podem por vezes descuidar de seus dados. De acordo com especialistas, neste contexto, a LGPD se faz muito importante para regulamentar o espaço online e trazer a conscientização para que os cidadãos possam ter a devida atenção ao navegarem pela tela de seus computadores ou celulares. 

Segundo Rodrigo Espíndola, docente da Escola Politécnica da PUCRS, ao cadastrar um perfil em uma rede social o usuário está aderindo a um contrato com “cláusulas leoninas”. "Quando a gente faz o cadastro em qualquer serviço de Internet para baixar um software, mesmo gratuito, por exemplo, sempre que a gente faz isso está aderindo a um contrato. E normalmente tem na página principal o contrato em termos e condições de uso. E ninguém lê esse contrato. E quando a empresa mostra ele na tela pedindo para dar ok, normalmente todo mundo clica no ‘aceito’ e vai adiante. E esses contratos têm cláusulas leoninas”, alerta.

Ele destaca o caso de uma das principais redes sociais do país. “Se a gente parar para ler por exemplo o (contrato) do Facebook, quem entrega seus dados ali está dando amplos poderes para que a rede social use seus dados. A gente teve muita repercussão do caso do Whats App, que no ano passado mudou sua política de privacidade e na nova versão da política dizia claramente que ia passar a compartilhar os dados pessoais das pessoas com o Facebook”, lembrou.

Por conta de problemas envolvendo privacidade e proteção de dados, Espíndola acredita que a LGPD é importante. “Isso demonstra o quanto é necessário que nós tenhamos leis que obriguem as empresas a se adequarem e passarem a respeitar”, salientou. Entre os avanços proporcionados pela LGPD, ele destaca que a nova legislação estabelece que a conveniência é do titular do dado.

“A empresa deve botar em primeiro lugar a privacidade e a proteção da pessoa, mesmo que ela tenha um custo para fazer isso. Antigamente, não. Antes da entrada da LGPD a empresa poderia optar por ser negligente com asegurança de uma pessoa, ou com a proteção dos dados da privacidade dela, simplesmente para não ter o custo que teria para consertar uma determinada situação e aumentar os níveis de proteção”, analisou.

Veja Também

Complemento a marcos e códigos

O diretor-presidente da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), coronel Waldemar Gonçalves Ortunho Júnior, afirma que a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) criou normas para proteção de dados pessoais de todos os brasileiros a fim de garantir também a proteção dos direitos de liberdade, privacidade, livre desenvolvimento da personalidade e autodeterminação informativa. Além disso, a LGPD concretiza direitos previstos na Constituição Federal e complementa outras leis, como, por exemplo, o Marco Civil da Internet e Código do Consumidor.

A LGPD, com o objetivo de proteger esses direitos fundamentais de liberdade e de privacidade dos indivíduos, foi elaborada exatamente para criar um equilíbrio entre o desenvolvimento tecnológico e econômico dos novos modelos de negócio e a necessidade de manutenção e aprimoramento da defesa dos direitos individuais. “Para isso a LGPD traz um arcabouço normativo contendo dez capítulos que vão desde a previsão de fundamentos, definições, âmbito de aplicação, princípios, até as bases legais que justificam, em determinadas situações, o tratamento de dados pessoais”, destacou o dirigente.

Conforme Ortunho, a LGPD traz ainda a “previsão sobre o tratamento de duas, digamos, modalidades de dados pessoais”, ou seja, dados pessoais sensíveis (que tratam de informações mais detalhadas da personalidade do indivíduo) e dados pessoais de crianças e adolescentes. “A proteção de dados é importante tanto para o cidadão considerado individualmente como para toda a sociedade”, acrescentou.


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895