Funcionários da Activision "deixaram" empresa após denúncias de assédio

Funcionários da Activision "deixaram" empresa após denúncias de assédio

Companhia também afirma que os funcionários podem fazer denúncias anônimas e que não haverá "hesitações" em aplicar sanções a quem infringir as regras

AFP

publicidade

Mais de 20 funcionários da Activision Blizzard, fabricante de "Call of Duty" e "Candy Crush", "deixaram" a empresa por acusações de assédio sexual e discriminação contra mulheres - informou a própria companhia em um e-mail para sua equipe. Em agosto, a fabricante de videogames com sede na Califórnia prometeu revisar suas práticas depois que a direção da empresa minimizou uma ação estatal que descrevia uma "cultura dominante que reproduz os centros acadêmicos estudantis masculinos no local de trabalho".

Em um e-mail enviado para seu pessoal na terça-feira (19), o diretor Fran Townsend disse que "mais de 20 indivíduos deixaram a Activision Blizzard e mais de 20 indivíduos enfrentam outros tipos de ação disciplinar" para casos apresentados recentemente e também há alguns anos.

Ontem, o jornal "Financial Times" informou que 20 funcionários foram demitidos, incluindo desenvolvedores de jogos e alguns supervisores. A Activision prometeu aumentar a equipe dedicada a vigiar o cumprimento das normas, enquanto processa um crescente número de denúncias e busca "construir um local de trabalho mais responsável".

O e-mail diz que os funcionários podem fazer denúncias anônimas e que não haverá "hesitações" em aplicar sanções a quem infringir as regras. Os problemas da Activision ocorrem, em meio a um aumento das denúncias sobre o tratamento em relação às mulheres na indústria de videogames.

As mulheres representam 20% da equipe da Activision e "poucas chegam a cargos de chefia", de acordo com um processo em andamento aberto pelo Departamento de Emprego Justo e Habitação da Califórnia. Além de melhorar as condições de trabalho, a empresa prometeu rever a forma como apresenta as mulheres em seus jogos.

Investigação

No mês passado, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos lançou uma investigação federal separada para determinar se a empresa divulgou aos investidores, adequadamente, as denúncias de assédio e de discriminação. Também em setembro, a Activision e a Comissão de Oportunidades de Trabalho Iguais dos Estados Unidos chegaram a um acordo sobre diversas denúncias. A empresa se comprometeu a pagar US$ 18 milhões a um fundo de compensação.


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895