Noite de reverenciar os melhores do Livro

Noite de reverenciar os melhores do Livro

Prêmio Jacarandá do Correio do Povo será entregue nesta quarta à noite para Gilberto Schwartsmann, Sergio Faraco, Clara Corleone e Editora Sulina

O Troféu do Prêmio Jacarandá será entregue a quatro personalidades do livro em 2021

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“Ai, ai, ai, ai, está chegando a hora...”. Ao som desta marchinha de carnaval dos anos 1940 a 67ª Feira do Livro de Porto Alegre foi encerrada na segunda à noite. Na noite desta quarta, os olhos da literatura gaúcha se voltam para o Prêmio Jacarandá, organizado pelo Correio do Povo, com patrocínio do Banrisul e apoio cultural da Bom Princípio Alimentos. A premiação terá sua quarta edição hoje, às 20h, no Espaço Cultural Correio do Povo, em cerimônia para convidados. A premiação será concedida aos seguintes agraciados: Livro do Ano – “As Noivas Fantasmas & Outros Casos”, de Sergio Faraco (L&PM); Personalidade do Livro – Gilberto Schwartsmann; Editora – Sulina, na pessoa do editor Luis Gomes; Autora Revelação – Clara Corleone.

Sobre a distinção concedida a eles, os agraciados assim disseram. “Recebi a notícia com surpresa, não esperava, e com satisfação, livros de crônicas dificilmente recebem essas distinções, exceto quando elas são específicas para o gênero. E é um prêmio que recebo do jornal onde começou meu percurso na literatura”, afirma Faraco. “Não sou hipócrita. Fiquei radiante! Mesmo sem imaginar que pudesse ser eleito, adorei. Contei para todos os familiares, amigos e conhecidos. Até para o porteiro de meu prédio. O maior motivo de felicidade foram as companhias. Há tanta gente que admiro entre os premiadores deste ano e dos anteriores. Estou feliz com esse reconhecimento”, frisa Schwartsmann. “Sempre é uma surpresa receber uma homenagem. Um prêmio tão importante como o Jacarandá é uma honra”, disse Gomes. “Fiquei surpresa e emocionada. Principalmente porque quando uma mulher ganha um prêmio, todas as mulheres ganham um prêmio, então tem essa alegria extra”, observa Clara.

A respeito do merecimento do prêmio, os autores se expressaram assim: “Se digo que mereço, estou sendo presunçoso. Se digo que não mereço, estou duvidando da comissão que julgou o prêmio. Melhor não dizer nada, só agradecer”, brinca Faraco. “Minha trajetória na cultura não é tão longa como muitos que mereceriam antes de mim. Contudo, tenho forte ligação com as artes e o livro. Imagino que minha trajetória como presidente da Bienal do Mercosul por dois mandatos, a presidência da Associação de Amigos da Biblioteca Pública e do Theatro São Pedro, além de alguns livros publicados e ser assíduo frequentador de nossa Feira – que eu amo – tenham sido as razões da escolha. Teria uma longa lista de pessoas que mereceriam o prêmio. Não é demagogia barata, mas visão clara da realidade”, salientou Schwartsmann. “A Sulina vem ao longo dos anos fazendo um trabalho belíssimo, pois no seu ecletismo busca trazer não apenas livros, mas ideais, projetos novos, novos autores”, comenta Gomes. “Difícil responder. Quem foi premiado em 2020 na mesma categoria foi o Falero, de quem sou fã. Escrevi “Porque era ela, porque era eu” com amor e dedicação. Fico contente com a repercussão, especialmente com o Jacarandá, mas acho que não consigo falar em merecimento – só consigo agradecer pela generosidade de vocês!”, agradece Clara.

Sobre os atuais projetos dos agraciados, as respostas foram: “Estou trabalhando em novo livro, mas como não sei se poderei levá-lo ao termo, não convém mencioná-lo. Na minha idade, não devo me sentir culpado pelos muitos dias em que me submeto à preguiça”, projeta Faraco. “Estou trabalhando muito nas instituições que atuo diretamente, como Biblioteca Pública, Theatro São Pedro e Bach Society Brasil. Amo o livro acima de tudo. Espero poder ajudar mais a Feira do Livro no ano que vem. Foi triste acompanhar as incertezas financeiras vividas pela sua organização, para viabilizar a feira. Como foi bom voltar a caminhar entre as barracas e rever os amigos nas sessões de autógrafos. E estou escrevendo um novo romance”, conta Schwartsmann. “Trabalhamos com projetos que vão de livros paradidáticos, Ciências Humanas, Comunicação, técnicos e literatura. Para 2022 continuaremos atuando da mesma forma, com dedicação e procurando novos projetos”. revela Gomes. “Estou dando aulas de escrita criativa e trabalhando em três obras. Um romance policial chamado ‘Rosa & Violeta”, uma comédia sobre uma mulher que vai parar em uma cidade onde mulheres e homens trocaram seus papéis socialmente impostos, chamado “A cidade das mulheres” e uma adaptação de “Um conto de Natal’, onde uma garota, impossibilitada de brincar Carnaval recebe os fantasmas dos Carnavais passado, presente e futuro - vai se chamar ‘Um conto de Carnaval’, claro”, finaliza Clara.


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