Anunciados os agraciados com o Prêmio Jacarandá

Anunciados os agraciados com o Prêmio Jacarandá

Premiação do Correio do Povo aos melhores do ano no setor do livro e literatura será entregue na quarta, 17, às 20h

Livro do Ano: Sergio Faraco com ‘As Noivas Fantasmas & Outros Casos'

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Uma das premiações literárias mais aguardadas do Rio Grande do Sul, o Prêmio Jacarandá, organizado pelo Correio do Povo, com patrocínio do Banrisul e apoio cultural da Bom Princípio Alimentos, terá sua quarta edição na quarta-feira, 17 de novembro, às 20h, no Espaço Cultural Correio do Povo. Criado para prestigiar àqueles que fazem o seu melhor para enobrecer e estimular o mundo da literatura, livro e leitura, a premiação se espelha na árvore símbolo da Praça da Alfândega, sede da Feira do Livro de Porto Alegre (que está em sua 67ª edição) desde 1955. A Comissão Julgadora do Prêmio Jacarandá formada por profissionais do Correio do Povo, os jornalistas Luiz Gonzaga Lopes, Juremir Machado da Silva, Marcos Santuário, Paulo Mendes e Henrique Massaro, escolheu como Livro do Ano a obra “As Noivas Fantasmas & Outros Casos”, de Sergio Faraco (L&PM). A Personalidade do Livro foi o médico oncologista e escritor Gilberto Schwartsmann, enquanto a Editora foi a Sulina na pessoa do editor Luis Gomes. A Autora Revelação foi Clara Corleone. 

Sobre a escolha da obra de Sergio Faraco como o Livro do Ano, os membros da comissão deliberaram que “Sergio Faraco é considerado pela crítica e pelos leitores o maior contista vivo do Rio Grande do Sul. Após 13 anos, Faraco voltou a publicar narrativas curtas com material inédito próprio. “As Noivas Fantasmas & Outros Casos”, lançado pela L&PM, reúne 46 crônicas inéditas e pode ser considerado um marco na história da literatura gaúcha pela capacidade que ele tem de nos oferecer suas percepções de mundo, seu escrutínio em fatos históricos e suas obsessões”, diz o texto da Comissão. “Uma crônica do dia em que assistiu a Marlene Dietrich cantando em Moscou, a história da invenção do futebol, o convívio com Erico Verissimo e Mario Quintana, o crime do assassinato do czar Nicolau II e família e as imprecisões em um pretenso livro sobre a história do Titanic são alguns dos 46 deleites textuais e históricos da obra. Por isto e por tantos outros motivos, que Faraco merece o Prêmio Jacarandá de Livro do Ano 2021”, finaliza a nota. 

Personalidade do Livro: Gilberto Schwartsmann. Crédito: Diego Lopes / CRL / CP

Para justificar a escolha de Gilberto Schwartsmann como Personalidade do Livro, a Comissão destacou “ele é um oncologista reputado, aposentou-se como festejado professor e pesquisador da Faculdade de Medicina da Ufrgs. Isso bastaria para justificar uma vida. Mas ele é homem de cultura: escreve, promove, incentiva e aplaude. Está à frente da Associação dos Amigos da Biblioteca Pública do Estado do RS, milita junto ao Theatro São Pedro e ainda encontra tempo para escrever bem. Em dois anos, entregou aos leitores ‘Max e os demônios’, ‘Divina rima: um diálogo com a Divina Comédia de Dante Alighieri’, ilustrado por Zorávia Bettiol, e ‘Gabinete de Curiosidades’. Prosador, poeta, agitador cultural. Um perfil que se encaixa perfeitamente na ideia de Personalidade do Livro do Prêmio Jacarandá”. 

Editora escolhida foi a Sulina na pessoa do seu editor Luis Gomes. Crédito: Luis Gomes / CRL / CP

Apesar de ter uma tradição de décadas, a Editora Sulina não tem o reconhecimento por premiações literárias tradicionais. Segundo a Comissão, “Quando assume a Sulina, em 1994, Luís Gomes transforma a editora gaúcha em um ícone de qualidade, com a publicação de autores regionais, nacionais e internacionais em diversas áreas, como História, Comunicação, Educação, Ciências Humanas e literatura em geral. Foi pioneiro no Brasil ao lançar as obras de pensadores franceses, como Edgar Morin e Michel Houllebecq. Recentemente publicou um nome que ganhou o Brasil: Jeferson Tenório, agraciado com o Jacarandá em 2020. No regionalismo, por exemplo, já publicou desde Simões Lopes Neto até as crônicas campeiras de Paulo Mendes. Outro nome de referência na editora é o do jornalista, cronista e professor Juremir Machado da Silva”, frisa a justificativa dos jurados, complementando: “Gomes afirma que o Estado é uma periferia do Brasil, mas procura discutir as identidades, por isso os títulos da Sulina são diversos e universais. Em 2001, o selo permanece Sulina, com a razão social de Meridional. O prêmio Jacarandá é um troféu a esse pluralismo e a essa resistência editorial”.

Clara Corleone foi escolhida a Autora Revelação. Crédito: Diego Lopes / CRL / CP 

Sobre a Autora Revelação Clara Corleone, o júri definiu assim a escolha: “Depois de um necessário, porém longo e estranho distanciamento, o porto-alegrense finalmente vai se reencontrando consigo mesmo. Uma das provas disso foi a sessão de autógrafos do romance “Porque era ela, porque era eu”, de Clara Corleone, na Feira do Livro. A noite quente de novembro era refrescada pelos jacarandás e o público, sedento por seus espaços e sua cultura, antes tão familiares, ultrapassava os limites do local reservado na Praça da Alfândega para prestigiar uma artista multitalentosa – Clara é também atriz e produtora – lançando seu segundo livro, o primeiro romance. Dentro dele, as histórias amorosas e íntimas de duas mulheres; na capa, a assinatura de uma autora que se firma com uma voz feminina importante e original na ficção contemporânea.


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