Cidade terá totens de segurança e vigilância

Cidade terá totens de segurança e vigilância

Os dez equipamentos serão instalados em Porto Alegre, na Orla do Guaíba. Com um investimento de R$ 2,3 milhões, para um ano de operação, os totens são compostos por quatro câmeras para cobrir 360°

Paula Maia

Os equipamentos contam com botões de alertas, câmeras e alto-falante.

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Porto Alegre está prestes a receber totens interativos de segurança e vigilância que prometem ser mais uma ferramenta para proteger os cidadãos. Serão dez equipamentos, cada um deles a 4 metros de altura, instalados na região central da Capital, com o foco na vigilância ostensiva. 

Com um investimento de R$ 2,3 milhões, para um ano de operação, os totens são compostos por quatro câmeras para cobrir 360°. Ele estão equipados com alto zoom para verificar ocorrências pontuais ao redor e contam com botões de alertas instantâneos, que podem ser acionados pela população. Além das câmeras e alto-falante, os totens abrigam sensores antivandalismo sirene e giroflex. Os aparelhos também estão preparados para realizar o reconhecimento facial. 

A diretora de Planejamento e Políticas de Segurança Municipal, Gabriela Veríssimo, explica que a área de instalação foi escolhida pela grande movimentação de pessoas no local e pelo índice de roubo a pedestres. Os equipamentos estarão à disposição da população 24 horas, sete dias por semana. E devem ser instalados nas próximas semanas. “É como de fosse uma viatura fixa, porque tem o giroflex ligado, tem a comunicação com o nosso Centro Integrado de Comando. A pessoa em uma situação de risco pode acionar ali diretamente sem precisar ligar para uma central. Sem precisar ligar para o 153 ou para o 190, tu já aciona o botão de pânico. Então é como se fosse um agente parado. E conseguimos liberar o efetivo também.” 

Um dos locais que serão vigiados por esses olhos eletrônicos será a pista de skate, na Orla 3 do Gasômetro. De acordo com a Secretaria Municipal de Segurança, após a liminar que suspendeu o decreto da prefeitura que determinava regras de convivência ao longo da Orla do Guaíba e do Parque Marinha do Brasil, o índice de criminalidade no local aumentou. 

Para o controle dos totens, a prefeitura definiu o posto avançado da Guarda Municipal, localizado no trecho 1 da Orla, como a base para o deslocamento dos efetivos. As imagens registradas pelos totens também serão espelhadas para o Centro Integrado de Comando de Porto Alegre (Ceic). 

Ao falar sobre o impacto dessas inovações, o secretário municipal de Segurança, o tenente-coronel da reserva da Brigada Militar Alexandre Aragon, enfatiza a importância das câmeras de segurança não serem apenas um objeto investigativo após o crime realizado, mas sim uma ferramenta para dissuadir potenciais infratores. E afirma que Porto Alegre está liderando na instalação das câmeras visíveis, que chamam a atenção e previnem o crime antes que aconteça.

Uma das potencialidades dos totens de segurança destacada pelo secretário Aragon é a possibilidade de esse aparelho ser uma ferramenta na busca e identificação de crianças desaparecidas. Ele afirma que, após o final da instalação, o município terá condições de cumprir a Lei Ordinária 15.460, de 26 de março de 2020, que cria o Banco de Dados de Reconhecimento Facial e Digital para a Prevenção ao Desaparecimento de Crianças e Adolescentes e dá outras providências. “A tecnologia a gente já tem, a legislação a gente já tem, só falta alinhar detalhes. Ao final da implantação, teremos condições de cumprir a lei sobre bancos de dados de crianças desaparecidas.” 

Sobre o futuro da segurança em Porto Alegre, a visão do secretário Aragon é categórica em afirmar que a cidade está destinada a ser um polo tecnológico de segurança. “Porto Alegre está se tornando um centro de excelência em tecnologia e integração na área de segurança para o restante do país”, afirma. 

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) do RS, representada pelo secretário Sandro Caron, vê os totens interativos de vigilância em Porto Alegre como um investimento bem-vindo para fortalecer as políticas de combate à violência, usando soluções tecnológicas em prol da segurança dos cidadãos. Caron afirma que a integração entre os órgãos de segurança é essencial para reduzir crimes, sendo um pilar fundamental da estratégia da SSP e do programa RS Seguro. “A troca de informações, a coordenação de esforços e a atuação conjunta possibilitam uma resposta mais ágil e eficaz às diferentes demandas de segurança, resultando em uma redução efetiva das ocorrências criminais”, ressalta.

O secretário também destaca que a possibilidade de os totens serem utilizados na identificação e investigação de crianças desaparecidas é vista como uma potencial ferramenta pelos órgãos de segurança, mas alerta que ainda é necessário avaliar a integração dessa tecnologia aos sistemas de monitoramento já empregados pelo Estado.

“A capacidade de utilizar esses recursos para identificação em casos de desaparecimento de crianças poderá auxiliar os órgãos de segurança. Contudo, ainda temos que ver se essa tecnologia empregada poderá ser integrada aos demais sistemas de monitoramento de seguranças utilizadas pelo Estado”, pontua. 

Em janeiro de 2022, a prefeitura de Porto Alegre colocou em operação dois totens de videomonitoramento que também permitiam que o cidadão entrasse em contato com o Ceic através do acionamento de um botão. Os aparelhos, avaliados em R$ 50 mil, foram doados ao município pela empresa DGT, a mesma fornecedora de algumas câmeras de videomonitoramento instaladas na cidade. Os totens estavam instalados na Praça XV, ao lado do Mercado Público, e na Praça da Alfândega, entre a Caixa Econômica Federal e o Banrisul. Eles foram retirados dos locais em agosto deste ano, quando o novo projeto de monitoramento começou a ser executado. 

De acordo com a secretaria de Segurança de Porto Alegre, “a aceitação do objeto foi excelente. Ainda assim, foi identificada a necessidade de dar mais robustez e ostensividade aos equipamentos, dois itens que são carro-chefe da nova iniciativa. Os dados obtidos pelo antigo totem, agora removido, pertencem à empresa que participou da prova de conceito, que não demandou recursos públicos junto à administração”. 


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