Identificar e preservar a singularidade do turismo

Identificar e preservar a singularidade do turismo

Por Abdon Barretto Filho*

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 É muito raro alguém querer viajar para conhecer locais com atrativos similares aos disponíveis no seu local de residência. De uma maneira geral, os visitantes buscam atrativos singulares. Convém salientar que singular é um adjetivo referente ao que é único, exclusivo, raro, peculiar ou que se diferencia dos demais aspectos geográfico, históricos, culturais, equipamentos e serviços pela sua excepcionalidade.

Obviamente, durante as visitas, as reações podem ser mais diversas e dependem de cada visitante, tendo como base suas experiências anteriores, inclusive culturais, educacionais e emocionais frente à invulgaridade de algo que está conhecendo. Para os planejadores e gestores do fenômeno turístico, a identificação da singularidade pode gerar uma sequência de ações para atrair e manter visitantes, assim como sua preservação, buscando a responsabilidade e a sustentabilidade ambiental, social e econômica. Na busca da singularidade, o fenômeno turístico utiliza-se da transversalidade e apoios com parcerias de profissionais das mais diversas áreas do conhecimento humano.

Durante a estruturação da oferta turística é salutar o somatório de pesquisas e experiências diversas que podem ser aplicadas na gestão e na valorização das singularidades, buscando a sustentabilidade mais ampla possível. Na realidade, todos sabem que os impactos das visitas podem ser positivos ou negativos. Não é possível desenvolver o Turismo sem que ocorram transformações ambientais, socioculturais e econômicas em um núcleo receptor. A história apresenta exemplos de atrativos que foram singulares no passado e que já não existem no presente, por falta da preservação de memória cultural e de equipamentos e serviços compatíveis.

Com os avanços tecnológicos e as redes sociais, as possibilidades de identificações de atrativos singulares aumentam exponencialmente. Entretanto, nem sempre as informações complementares sobre como chegar, visitar, utilizar serviços com segurança, comodidade e preços adequados, atendem as demandas. São as forças do mercado que valorizam sempre a singularidade, quanto mais raro, mais valor é percebido. No lado oposto, existe o turismo massivo com os bens e/ou serviços turísticos com preços mais baixos e desencadeando uma concorrência por preços chegando até a evaporação da demanda pela baixa qualidade da oferta.

Portanto, salvo melhor juízo, identificar singularidade, determinar o foco na demanda, fazer a promoção com mensagens adequadas e a gestão profissional para garantir sua sustentabilidade. Será? Respeitam-se todas as opiniões contrárias. São reflexões. Podem ser úteis. Pensem nisso.

*Economista e Mestre em Comunicação Social

 


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895