Tempo de celebrar a vida

Tempo de celebrar a vida

Por Liziane Bayer*

Correio do Povo

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Passado mais de um ano e meio do início dos primeiros casos de coronavírus, as pessoas ainda precisam lidar com um novo cenário. Falarmos sobre a importância da valorização da vida faz-se ainda mais necessário frente a outra discussão: as estatísticas sobre suicídio. Todos os anos, mais pessoas morrem como resultado de suicídio do que de doenças como HIV, malária ou câncer de mama, isso sem contar guerras e homicídios. Um em cada 100 óbitos ocorre por esse motivo, conforme dados da Organização Mundial da Saúde.

No mês em que as atenções se voltam para a campanha Setembro Amarelo, não podemos virar as costas para um problema de saúde pública e que atinge a população de todas as idades e classes sociais. A prevenção ao suicídio deve ser prioridade, com políticas multissetoriais e ampla difusão de informações. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde, para cada suicídio, há muito mais pessoas que tentam se suicidar a cada ano, sendo fator de risco na população em geral.

Cada vida ceifada é uma tragédia, não apenas para os que foram, mas para os que aqui ficaram e precisam lidar com a dor e as consequências da perda. A atenção à prevenção se faz ainda mais importante frente à continuidade da pandemia de Covid-19 e os riscos que representa: isolamento social, perda de emprego e renda, preocupação com entes queridos e até perdas familiares geradas pela transmissão do vírus.

E falar sobre isso não pode ser um tabu. Abordar o tema é difícil, mas o ato de dar fim à própria existência é extremo. Mostrar-se aberto ao diálogo e disposto a ajudar quem precisa pode salvar vidas. Viver é uma bênção cercada por momentos especiais, grandes realizações e pessoas que nos completam. Nas horas tristes, há sempre um amanhecer que renova nossa esperança por dias melhores.

*Deputada federal e integrante da Frente Parlamentar de Combate ao Suicídio e Automutilação na Câmara dos Deputados


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