Getúlio Vargas: O trabalho é o maior fator de elevação da Dignidade humana

Getúlio Vargas: O trabalho é o maior fator de elevação da Dignidade humana

Por Elói Guimarães*

Correio do Povo

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Já decorrem 67 anos da dramática manhã de 24 de agosto de 1954, quando a nação estarrecida tomou conhecimento do trágico acontecimento: “Getúlio Vargas suicidou-se”. Em consequência, uma comoção generalizada sacode os quadrantes do país, gerando protestos, quebra-quebra e reações de toda ordem, pranteando a morte do maior estadista do século XX da América Latina. Ora, a partir de sua posse, como ministro da Fazenda de Washington Luís, e, mais tarde, como presidente do Estado do Rio Grande do Sul, Vargas já começava a colocar o nosso Estado numa posição de destaque no cenário nacional, a ombrear com São Paulo e Minas Gerais, desidratando a política “café com leite”, que até então alternava-se no poder nacional do país.

A posteridade, em especial rio-grandense, deve muito a Getúlio Vargas, dado que fomos colocados numa posição de vanguarda no cenário nacional e, consequentemente, a bravura de seu povo. Fez a Revolução de 1930, gize-se, transformadora, movimento cívico-militar, que representou um dos marcos mais importantes e significativo da nossa história que redundou em transformações políticas, econômicas, sociais e culturais, dado que o país deixou de ser semifeudal, exclusivamente agropastoril, para se constituir numa nação voltada para o futuro, com um vigoroso processo industrial, instalando-se as bases e infraestruturas fundamentais para o ingresso na modernização, gerando paralelamente, uma legislação trabalhista compatível com a dignidade do trabalho e do trabalhador, sem excluir a importância do capital e do empregador.

Credite-se a Vargas a preservação da unidade territorial do Brasil, quando fez incinerar, em ato solene, as 22 bandeiras dos Estados, no sentido de chamar a atenção, porque latente e real o desejo de independências regionais: Revolução Farroupilha (República de Piratini), Balaiada, Cabanagem, Sabinada, que transformariam o Brasil em muitas repúblicas, quiçá republiquetas. Muitos custaram a entender o que aquilo representou, já faz 91 anos.

Por derradeiro, permitam que refira agradecimento a Alceu Nicola, de Santiago, que adquiriu a estância dos herdeiros de Getúlio Vargas, Fazenda do Itu, Município de Itaqui, para preservar a Casa do grande estadista, hoje tombado, patrimônio histórico, ponto de visitação de turistas e pesquisadores, escolares etc. Fui honrado por pernoitar no quarto onde dormia Getúlio Vargas. Para mim, um trabalhista, uma dádiva.

*Advogado, procurador municipal, ex-vereador


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DESDE 1º DE OUTUBRO 1895