Cicloturismo: pedalando para o desenvolvimento

Cicloturismo: pedalando para o desenvolvimento

Por Zilá Breitenbach*

publicidade

Seja por iniciativas organizadas, seja por movimentos informais, o cicloturismo vem crescendo consideravelmente em todo o Estado e ganhando cada vez mais adeptos. Na verdade, é uma tendência mundial e que também ganha força no Brasil, onde o cenário é bastante promissor, sobretudo pelas características naturais que são favoráveis.

No Rio Grande do Sul, muitos roteiros e circuitos já estão consolidados. Outros têm grande potencial de implementação. A partir desta realidade, encaminhei um projeto de lei (PL 34/2021) que busca incentivar o cicloturismo no Estado como uma oportunidade para o desenvolvimento local e regional.

Na Europa, o cicloturismo está consolidado e faz circular milhões de euros anualmente. A EuroVelo, por exemplo, é uma rede de 17 rotas de ciclismo que conectam todo o continente e gera por ano 2,3 bilhões de viagens e 44 bilhões de Euros em receitas, conforme dados da Federação Europeia de Ciclistas (ECF).

No Brasil, apesar da escassez de dados, uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike) apontou um crescimento de 118% nas vendas em comparação com 2019. Outra pesquisa traz dados sobre o perfil do cicloturista brasileiro realizada pelo Núcleo de Planejamento Estratégico de Transportes e Turismo da UFRJ. Conforme o estudo, em 2018 cerca de 40% dos praticantes viajavam entre 4 e 7 dias em média durante seus roteiros, sendo que 44,8% gastam entre R$ 100 e R$ 249 reais diariamente.

Promover o cicloturismo traz uma série de benefícios: agrega valor à cadeia do turismo sustentável, promove a mobilidade ativa e a valorização do meio ambiente, e dinamiza a economia. Além do desenvolvimento em torno dos arranjos produtivos locais, o cicloturismo é uma excelente oportunidade para promover a saúde, o esporte e o bem-estar em nossos municípios. O incentivo do cicloturismo é também uma possibilidade para gerar cooperação entre os municípios e agregar um novo valor às discussões de gestão intermunicipais. Com esta lei, criaremos um dispositivo de fomento desta modalidade, assim como fortaleceremos a formação de consórcios ou instâncias com a participação ativa de associações, agregando sociedade civil, poder público e iniciativa privada. O cicloturismo não é moda, é tendência e também uma oportunidade concreta para o desenvolvimento do turismo no Rio Grande do Sul.

*Presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da ALRS


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895