A vez dos professores na fila da vacinação

A vez dos professores na fila da vacinação

Por Janaina Audino*

Correio do Povo

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Por que não vacinar os professores? Ouvi muito esta pergunta, desde que decidimos que nossa estratégia de retorno às aulas priorizaria o ensino presencial. Bem, simplificando, o Plano Nacional de Imunização (PNI), definido pelo governo federal, recomenda que os gestores sigam a ordem prevista no documento, pela qual, ainda não é chegada a vez dos trabalhadores em Educação. Mas movimentos de vacinação de professores começam a acontecer. Afinal, é possível mudar a ordem dos grupos prioritários?

Do ponto de vista do Ministério da Saúde, a pasta afirma que é preciso seguir o PNI. Na decisão do STF, foi reafirmada a ordem do plano, que prevê a vacinação de pessoas com comorbidades antes dos professores. Essa decisão, em princípio afetaria municípios, mas pode ser usada como fundamento por órgãos de controle contra prefeituras. Diante disso, o que fazer?

De momento, para não correr o risco jurídico de um apontamento, seguimos na estratégia de buscar uma mudança nas prioridades do PNI . O fato é que essas decisões causam um imbróglio na sociedade em relação aos critérios de imunização. Visto essa complexidade, a Prefeitura Municipal de Porto Alegre jamais condicionou a reabertura das escolas à vacinação dos profissionais de educação. Antes disso, investiu em orientações de rígidos protocolos, no distanciamento e na alternativa de testagem em massa dos profissionais da educação, tanto os professores, quanto os demais trabalhadores. O que estamos fazendo de forma firme e sistemática.

Aqui, no papel de secretária municipal de Educação, me cabe esclarecer que, desde o início, tivemos a intenção de vacinar não só os professores, mas todos os profissionais de educação. Ressaltar que a prefeitura sempre seguiu o plano de imunização, com pequenas modificações, aprovadas nas comissões intermunicipais, com o Estado.

Também cabe destacar os movimentos liderados pelo prefeito Sebastião Melo e o vice-prefeito Ricardo Gomes para vacinar os profissionais da educação, começando pela educação infantil, etapa prioritária de atendimento do município. Buscamos um acordo e uma concordância entre Ministério da Saúde, governo do Estado, Ministério Público e Judiciário para que esse caminho seja construído em conjunto. Afinal, não há nada mais prioritário em um país de desigualdades, como é o Brasil, do que a Educação.

*Secretária municipal de Educação


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