Anos de reinvenção

Anos de reinvenção

Por Evanir Aguiar*

Correio do Povo

Evanir Aguiar

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2020 e 2021 entram para a história pelo temor e apreensão. Em 2020, o medo foi maior diante do desconhecido. Em 2021, a esperança é maior graças à vacinação, mas o risco de “apagão” econômico persiste, uma mazela de graves consequências. Acumulamos lições e aprendizado, protagonizando mudanças radicais nas rotinas pessoais e profissionais. 

A pandemia dividiu o mundo entre os minimamente preparados para enfrentar uma guerra sanitária e os que sucumbiram com a perda de entes queridos, empregos e empresas, deixando estampado nos placares diários um enorme saldo de tristeza. 

Neste processo de reinvenção permanente, alimentamos algum otimismo com previsão de crescer tímidos 3%, longe do necessário, mas muito bem-vindos. Isto se o governo conseguir manter o auxílio emergencial, juros baixos e se controlar a inflação, apesar da dificuldade de Caixa e da falta de apoio político para avançar nas esperadas reformas.  

No segundo semestre, com a população vacinada, é possível retomar o caminho o crescimento. Sem ignorar a enorme perda de renda de boa parte da população, também houve formação de poupança das famílias com alguma condição melhor que, confinadas, acabaram investindo em bem-estar doméstico e pequenas reformas. 

Com oferta de crédito, haverá maior aquisição de bens duráveis e de outros produtos e serviços, com impactos em setores como lazer, turismo e eventos, dando fôlego à criação de empregos formais. O ano da reinvenção também deixou novos modelos de operação, movimentando mercados. O home office se consolidou e os bancos digitais e fintechs mostraram a que vieram. O e-commerce, que já sinalizava seu potencial, subiu ao podium, massificando o uso de aplicativos e puxando outros setores como a telentrega, incorporada à vida dos cidadãos.  

O varejo em geral foi diretamente afetado, à exceção dos supermercados, que se mantiveram como os maiores templos de consumo. Já o segmento industrial, dadas as peculiaridades, não seguiu a mesma batida, situação agravada pelo desabastecimento de matérias-primas, o que impede uma retomada mais consistente.  

Nesse 2021 tão complexo e conturbado, vamos arrumar a casa, aplicar os ensinamentos e projetar otimismo sobre 2022 que deverá ser de maior estabilidade econômica, apesar da eleição presidencial. 

*Diretor da Fortus Group 


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DESDE 1º DE OUTUBRO 1895