Glenn Hughes

Glenn Hughes

O músico inglês que volta a Porto Alegre para show em homenagem ao álbum “Burn”, do Deep Purple, no próximo dia 7, concedeu entrevista ao Correio do Povo

Itamar Pelizzaro

O músico inglês de 72 anos recebeu a alcunha de “The Voice Of Rock” e também foi indicado ao Hall da Fama do Rock And Roll

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Nesta próxima terça-feira, dia 7 de novembro, o músico Glenn Hughes faz show no Bar Opinião, em Porto Alegre, em homenagem ao álbum “Burn”, do Deep Purple, lançado em 1974, e que contou com a participação dele. O espetáculo conta ainda com um repertório que contempla ainda clássicos de outras fases do grupo inglês. O show começa às 21h. A seguir a entrevista do repórter Itamar Pelizzaro com o astro. 

Quando o álbum "Burn" chegou ao mercado, em fevereiro de 1974, onde na capa velas apareciam derretendo na cabeça dos cinco músicos integrantes, os fãs do Deep Purple mal puderam sentir saudade de Ian Gillan. O frontman da segunda formação do grupo, a voz de "Highway Star" e "Child in Time", seria substituído por um jovem desconhecido chamado David Coverdale e pelo baixista e vocalista do Trapeze Glenn Hughes. 

O novo disco do grupo, que formava a Tríade Sagrada do Rock Pesado dos anos 1970 ao lado de Black Sabbath e Led Zeppelin, inflamaria mentes ao redor do mundo e daria novo fôlego ao Deep Purple. Cinquenta anos depois de sua gravação, o álbum "Burn" tem sido reproduzido ao vivo na tour “Glenn Hughes Performs The 50th Anniversary of Deep Purple’s BURN Live“. 

Doze horas antes de embarcar para São Paulo e após encerrar a temporada de shows no Reino Unido, Glenn Hughes respondeu a um e-mail do Correio do Povo. Aos 72 anos, o baixista e vocalista que fez fama pelos tempos em que esteve no Deep Purple e também por gravar com nomes como Black Sabbath e Gary Moore, contava as horas para decolar rumo a São Paulo, onde tocou em Limeira no dia primeiro, dando início à perna sul-americana da sua nova turnê. 

“Tem sido incrível”, resumiu Hughes. “Acabamos de terminar a temporada no Reino Unido, com nove shows esgotados, e agora estamos decolando para São Paulo, uma cidade que amo e admiro”, contou. Hughes vem acompanhado de Soren Andersen (guitarra), Ash Sheehan (bateria) e Ed Roth (teclados).

"Burn" é o oitavo álbum de estúdio do Deep Purple, que permanece na ativa, e foi lançado em fevereiro de 1974. Hughes não recebeu créditos pela parceria nas composições, em razão de obrigações contratuais da banda à época, mas foi incluído nos créditos de seis das oito faixas na edição do 30º aniversário do álbum. 

Para a empreitada atual, perguntei a Hughes se ele cogitou convidar outro integrante do grupo como David Coverdale para se unir na turnê de Burn. “A ideia é amável e linda, mas com todas as agendas lotadas não tenho certeza se funcionaria para todos”, disse.
Após "Burn", ainda participaria das gravações de "Stormbringer" (1974) e "Come Taste the Band" (1975), este já com Tommy Bolin na vaga de Ritchie Blackmore. O Deep Purple encerraria as atividades no ano seguinte, com a morte de Bolin. Hughes gravaria com o Black Sabbath o álbum "Seventh Star", de 1986, que seria o primeiro disco solo de Tony Iommi, mas levou sendo lançado como Black Sabbath featuring Tony Iommi. 

O baixista ainda lançou mais de 20 álbuns solo - o mais recente é "Resonate" (2016) - e teve outras bandas como Black Country Communion, com Jason Bonham (filho de John Bonham) e Joe Bonamassa e The Dead Daisies. Mas nenhum trabalho conseguiu resgatar a química e expressão dos tempos do Purple. Então, depois de 50 anos, ainda é possível haver magia entre uma banda de Rock, considerando as pressões comerciais? “Se vier do coração, se for real, se houver trabalho e paixão envolvidos, tenho certeza que ainda é possível. Tenho sim grandes amigos, músicos, que quando tocamos a sensação é incrível!”, disse Hughes.

Em 2001, Hughes lançou sua autobiografia, na qual narra sua luta contra o abuso de álcool e drogas. Incrivelmente, diferentemente de outros sobreviventes daquela era do Rock Pesado, seu vocal continua potente e limpo como nos anos 1970. “Tento dormir o máximo possível, mesmo que em turnê não seja fácil, muita água, alimentação saudável e fãs abençoados, como os de Porto Alegre”, contou o homem que recebeu a alcunha de “The Voice Of Rock”. 

Intimei Hughes a falar sobre planos futuros, e ele se limitou a dizer que está cozinhando algumas coisas. “Em breve, contarei aos meus fãs. Vai ser ótimo!”. Perguntamos sobre seu conhecimento do Rock Brasileiro depois de 10 visitas ao país. “O Sepultura é uma banda lendária, o cenário musical brasileiro é simplesmente incrível, tem muita coisa boa como a Bossa Nova”, encerrou. 
Videos recentes do artista, indicado ao Hall da Fama do Rock And Roll, reforçam a expectativa por uma performance de alta octanagem na próxima terça-feira. É o caso de registros feitos na apresentação em 1º de setembro, no House Of Blues em Houston, Texas.

Veja os vídeos da performance em Texas:
https://www.youtube.com/watch?v=Zuku7D4yKWE&ab_channel=DeadMike.com
https://www.youtube.com/watch?v=ib6LSdbT8L8&ab_channel=DeadMike.com
https://www.youtube.com/watch?v=Er5nFqi07jA&ab_channel=DeadMike.com

Escute "Burn" no Spotify: https://open.spotify.com/intl-pt/album/3wR7UC2ij2dx0TbtiMP4J9

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