Desenvolvimento científico e tecnológico amplia atuação de nutricionistas

O desenvolvimento científico na área da alimentação, as pesquisas sobre as funcionalidades de cada alimento e os avanços no mapeamento genético são alguns dos fatores que têm gerado modificações na atuação dos nutricionistas. Se a Nutrição Clínica e, posteriormente, a Dietética já foram os principais campos de trabalho e de interesse dos profissionais, hoje há uma gama de áreas específicas em que podem atuar: da indústria às academias, sem que a clínica e o consultório tenham perdido importância, muito pelo contrário.

“O perfil do aluno tem mudado nos últimos anos. Já houve mais procura pela área clínica, e depois o foco passou para o consultório, com dietas personalizadas e elaboração de cardápios. Mas essas duas áreas evoluíram com as pesquisas sobre funcionalidades dos alimentos, cruzamento com doenças e necessidades de cada paciente, e hoje também voltam a atrair profissionais”, observa Rochele Boneti, professora de Nutrição da FADERGS, cujo curso dispõe de incentivo de pró-ciência em pesquisa, trabalhos práticos de extensão e estágios em unidades de alimentação, social e clínico. Ela também lista novas facilidades para quem atua com atendimento personalizado, como os consultórios compartilhados e em coworking e mesmo as consultas online.

A indústria também é um campo de atuação importante para nutricionistas, seja no desenvolvimento de produtos relacionados à alimentação e à nutrição ou em serviços de representação comercial e de atendimento ao consumidor. Além de elaborar informes técnicos e fazer o controle de qualidade, os profissionais têm espaço em cozinhas experimentais, desenvolvendo novos produtos, e em pesquisas entre os consumidores para verificar sua aceitação.

Nos esportes, também verifica-se o crescimento da atuação de nutricionistas, auxiliando na melhora de desempenho e preservando a saúde dos atletas. Há profissionais atuando em clubes esportivos e academias, mas também oferecendo a Nutrição Esportiva em consultórios. Essa segmentação no atendimento é uma tendência, com cada vez mais nutricionistas trabalhando com nichos específicos: doenças crônicas, materno-infantil, dietas restritivas, seja por alergias, intolerâncias ou escolhas alimentares, como o vegetarianismo.

“A Nutrição Comportamental é uma forte tendência, saindo daquele atendimento voltado ao emagrecimento e contagem de calorias, e avaliando os nutrientes e como cada pessoa se relaciona com a comida”, aponta Rochele. Nossos genes também podem ser influenciados por nossa alimentação, e a popularização do mapeamento genético permite novas análises nesse sentido. “Temos novidades bastante inovadoras, como a Nutrigenética, que mostra como a carga genética influencia em nosso comportamento alimentar, e a Nutrigenômica, que indica a influência que os alimentos têm sobre os genes”, conta a professora.

Para dar conta de tanta inovação, a docência, a pesquisa e a extensão são outras áreas de atuação para os nutricionistas, instigando a busca contínua de novos conhecimentos sobre alimentação e nutrição. Seja em clínicas, cozinhas, consultórios ou laboratórios, a demanda por nutricionistas só tende a crescer e o campo de trabalho é cada vez mais amplo.