Ferramentas podem ajudar a lidar com a 'síndrome do impostor'
Mentora em desenvolvimento e liderança ensina como líderes podem criar um ambiente para enfrentar o fenômeno no trabalho
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Fenômeno em que indivíduos duvidam de suas realizações e têm medo de serem expostos como “fraudes”, mesmo quando há evidência de suas competências, a "síndrome do impostor" afeta grande parte da população em vários ambientes, inclusive no trabalho. Mentora e consultora em desenvolvimento e liderança feminina e fundadora do Instituto Bert, Daniela Bertoldo, destaca que isso pode afetar a carreira, as relações sociais e a saúde mental das pessoas.
"Um profissional que duvida de sua competência a todo instante tende, por exemplo, a evitar novas oportunidades de emprego e reluta em aceitar projetos desafiadores. Ele pode também tornar-se perfeccionista, o que o levará a fazer horas extras desnecessárias, ao estresse e ao esgotamento", diz Daniela, que é autora do livro "Mulheres que lideram jogam juntas". Entre as estratégias que líderes podem usar, ela destaca a criação de um ambiente seguro e de apoio. “Comunicar suas expectativas de maneira clara; dar feedback construtivo, focando no trabalho e não na pessoa; incentivar os indivíduos a reconhecerem suas próprias realizações, refletindo sobre suas conquistas e aprendizados; e criar um ambiente no qual se evite a comparação.”
bordar o assunto abertamente, em reuniões, workshops ou aulas também é uma ótima iniciativa, segundo Daniela. Isto porque a conscientização é um passo crucial para combater a síndrome. Do mesmo modo, estabelecer programas de mentoria; oferecer oportunidades de treinamento e desenvolvimento; e encorajar as pessoas a usarem recursos das empresas como aconselhamento. Conforme a mentora, os líderes e profissionais não podem nunca deixar de ficar atentos aos sinais emitidos pelas pessoas que podem estar lidando com a síndrome, procurando sempre serem proativos e empáticos ao abordar o assunto.
As instituições também podem combater eficazmente a síndrome do impostor, destaca a consultora em desenvolvimento e liderança feminina. Para isso precisam criar ambientes inclusivos, respeitosos e de apoio. Entre as medidas que podem adotar nesse sentido, estão: a educação e sensibilização; promoção da diversidade e da inclusão; estabelecimento de programas de mentoria; desenvolvimento de políticas de feedback construtivo; criação de espaços seguros; e adoção de programas voltados para à saúde mental.
Estabelecer práticas para reconhecer e celebrar as conquistas de todos; promover culturas que evitem a comparação e valorizem o progresso individual e as contribuições únicas; estimular o desenvolvimento contínuo; reforçar a cultura de apoio mútuo; e combater estereótipos e expectativas sociais são outras iniciativas que, se tomadas pelas instituições, podem ser de grande valia. “Ao criar ambientes que valorizam a individualidade e o bem-estar e ao combater ativamente estereótipos e expectativas limitantes, a sociedade e as instituições podem minimizar a manifestação e o impacto da síndrome do impostor”, afirma a mentora
No que diz respeito às relações pessoais e profissionais, o indivíduo que sofre de síndrome de impostor pode apresentar: extrema dificuldade em aceitar elogios; retraimento social; convívio conflituoso, por ter sentimentos de inadequação que levam a mal-entendidos e tensões; e sobrecarga, por ter dificuldade em impor limites, aceitando mais responsabilidades do que pode lidar para provar seu valor. Por sua vez, ressalta a mentora, a síndrome do impostor e os comportamentos que acarreta podem levar o indivíduo a desenvolver problemas de sua saúde mental, tais como ansiedade, depressão, baixa autoestima, esgotamento (burnout) ou estresse.
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