Sequestro em Canoas: precisão policial cirúrgica

Sequestro em Canoas: precisão policial cirúrgica

Oscar Bessi

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Terminou na noite de terça-feira, 27 de dezembro, o pesadelo da família de um jovem comerciante canoense. No final da tarde de segunda, no seu primeiro dia de trabalho após o Natal, ele foi arrebatado por um bando de criminosos violentos e jogado dentro de um carro. Levado para a zona rural de Portão, distante apenas 30 km do seu local de trabalho, foi tratado de forma violenta. Os bandidos passaram a exigir dinheiro dos familiares via aplicativo de mensagens, enviando vídeos para provar que estavam, de fato, com a vítima. Não era mais um dos famosos golpes por ligação telefônica ou aplicativos clonados. Eram sequestradores de verdade. E pediam uma fortuna em troca da vida do seu refém. Ainda forçaram o comerciante a fornecer as senhas de seus aplicativos bancários, instalados no celular, para fazer transferências de valores para contas dos criminosos. Mas aí entrou a polícia gaúcha em ação. E parte dessas transferências já foi bloqueada.

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul deu uma aula de eficiência e precisão. E em apenas 24 horas não só resolveu o caso, como identificou envolvidos, localizou e apreendeu o carro utilizado no crime, descobriu o lugar exato do cativeiro, resgatou o refém com vida, devolvendo-o à liberdade e ao convívio familiar, identificou os criminosos, prendeu praticamente todos os envolvidos e ainda impediu que a família pagasse sequer meio centavo pelo resgate. Também se viu obrigada a matar dois bandidos, no confronto intenso que se seguiu quando o cativeiro foi cercado. Mas os delinquentes receberam os policiais à bala. Pior para eles. Não tiveram chance. Todo sujeito que escolheu o mundo do crime já sabe que é gol contra querer enfrentar policiais aqui no Rio Grande do Sul. Treinamento e eficiência, aqui, é coisa de primeiro mundo nas corporações policiais. Este caso é a maior prova. Repito, tudo foi resolvido em 24 horas. Parece coisa de filme, não? Mas é a realidade. 

Em entrevista ao Correio do Povo, o delegado João Paulo de Abreu destacou “a união de esforços” da Polícia Civil, Ministério Público e Judiciário, classificada por ele como fundamental para que o êxito fosse pleno e o sequestro encerrado com sucesso em tempo recorde. O tempo de salvar uma vida, porque ninguém garante que os bandidos manteriam o refém vivo se conseguissem dinheiro. Outros casos semelhantes, país afora, que o digam. 

Nosso jovem empresário, de uma família que sua para conquistar seu patrimônio sob horas intensas de trabalho todos os dias, vai poder celebrar a chegada do novo ano com a família. Traumatizado, mas feliz, por estar vivo e com os seus. Graças aos policiais e seus aliados. Que essa união, celebrada pelo delegado como exemplar, siga fazendo com que policiais salvem mais vidas. Pois, quando vemos um sujeito cheio de crimes na ficha, livre para voar por aí e cometendo ainda mais crimes, vitimando inocentes e gerando tanta dor entre diversas famílias, mesmo depois de tantas vezes presos pelos policiais, isso mostra que em alguns elos, infelizmente, nossa corrente ainda está muito fraca e bem longe de ser unida. Um Feliz e pacífico 2023 a todos!


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