Sextou, pra ti?

Hoje é a expressão que mais se ouve, por aí. Sextou! Em imagens de redes sociais ou em meio às saudações entre colega de trabalho. A maioria das alusões, principalmente nos “memes” enviados às pencas em grupos virtuais de amigos e familiares, remete a canecos de cerveja, alegria e descanso. E tudo, ao que parece, começou com uma alegre brincadeira de uma música de forró.

Tenho um grupo de amigos que se reencontrou graças ao mundo virtual. Trabalhamos juntos numa época em que o celular já tinha chegado, relativamente, ao alcance das pessoas comuns. Mas era apenas um telefone móvel e prático. Com a vantagem de, além de realizar as ligações para quem a gente queria, permitir que enviássemos “torpedos”. Ou mensagens SMS. Também tinha o jogo da minhoquinha e um de blocos, que nunca aprendi a jogar. A tecnologia das redes sociais e essa facilidade até de conversar por vídeo (no meu tempo de guri, era coisa de filme de ficção científica ou de espionagem americano) não nos pegou juntos. Mas nos reagrupou.

Alguns estão aposentados. Outros, trabalham em escritórios. Uns e outros, feito eu, seguem praticamente na mesma atividade.

Toda sexta-feira, começa cedo o envio de mensagens dizendo “sextou”. Os aposentados do grupo nem sempre postam algo, talvez porque o “sextou” deles não tenha muita coisa diferente do “quintou”, “quartou” e por aí vai. O pessoal que está nos escritórios é o campeão do sextou em sua concepção mais tradicional: fotos de cervejas, bares, risos e outras coisas que acho melhor eu nem falar, porque vai que alguma esposa lê esta crônica e, já pensou?, interpreta mal o que eu disse e tira conclusões equivocadas sobre alguns dos meus inocentes amigos do grupo. Eu, hein. Melhor não arriscar.

Há os que mandam as fotos só à noite. Trabalhando. É um “sextou” irônico, que diz estar feliz porque ama fazer o que faz, mas que, no fundo, bem no fundinho, queria estar no lugar dos outros amigos.

Engraçado foi quando algumas redes sociais bloquearam a hashtag #sextou, porque os norte-americanos acharam que se tratava de pornografia, ao ler "sex to u" (ou "sexo para você")

Ainda não pensei como “sextarei” hoje. Por enquanto, sigo trabalhando. E porque quero mesmo, já poderia ter me aposentado. O sextou de donos de bares, garçons e músicos será trabalhoso. O sextou de enfermeiros e policiais será corrido. E haverá “sextous” de silêncio, de oração, de dor, de briga, de estudo, de alegria, de tristeza, de correria, de amor. De todo tipo. 

E o teu sextou? Como será?

Que seja algo que te faça bem.