O que esperar da Segurança Pública em 2021

O que esperar da Segurança Pública em 2021

Podemos aplaudir quem se oferece ao risco de enfrentar o crime em nome da paz, e não aceitar quem elogia criminosos

Oscar Bessi

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Em países como o Brasil, quando a pauta é segurança pública o otimismo não passa, na maioria das vezes, de mero discurso eleitoreiro. Tão repetitivo, oportunista e vazio como os que resolvem a seca do Nordeste. Porém, aqui no RS, há bons motivos para contrariarmos essa lógica perversa e respirarmos brisas de confiança. Os índices são favoráveis, crimes sendo reduzidos com ações diárias, preventivas e repressivas. Vide o quase nada de ataques a bancos que sofremos em 2020. A difícil situação econômica do Estado não tem impedido investimentos em recursos humanos e materiais para as polícias, as estratégias institucionais têm mostrado resultados imediatos e ótimas colheitas. E, principalmente, a motivação do ser humano que está na linha de frente, contra todo um contexto de desconstrução, num ano especialmente dramático como o que passamos, segue inabalável. Os méritos dos ótimos índices que desfrutamos hoje são a qualidade do trabalho, a dedicação e a paixão de cada policial pelo que faz.

Não há que se esperar facilidades para 2021. A pandemia ainda está longe de ser vencida, mesmo com a chegada da vacina. Nada tão complexo se resolve de uma hora para outra. Ainda pagaremos um preço alto, ainda mais quando a irresponsabilidade, ou ignorância, no discurso de uns e outros atiçou uma turma inteira ao relaxamento com o que é grave, com o que ainda não pode ser esquecido, com os cuidados individuais e coletivos. Colher o reflexo negativo disto é uma conta que todos pagam. Mesmo assim, o governo gaúcho já anunciou que não deixará de incluir novos profissionais na área policial para incrementar ainda mais a proteção à cidadania gaúcha. E a Brigada Militar ampliou, com a criação do 6º Batalhão de Choque, em Uruguaiana, seu poder de reação imediata contra a ação de grandes grupos criminosos. Teremos um ano duro. Mas em marcha para dias melhores.

O resto, é a nossa parte. A educação, em seu sentido mais amplo, tantas vezes dita e repetida aqui. Não a que exigimos dos bancos escolares. A nossa. O nosso poder gigante de fazer escolhas, de ditar os rumos dos nossos passos, do que aceitamos como normal e o que seguimos. Somos livres. Somos múltiplos. Não precisamos seguir fanáticos, intolerantes, ou descompromissados com o todo. Podemos valorizar a vida acima de tudo. Podemos ouvir a voz do equilíbrio. Podemos respeitar o outro. E escolher apoiar e idolatrar ações comunitárias de segurança, ações sociais de inclusão, ações policiais necessárias para a preservação da liberdade. Podemos aplaudir quem se oferece ao risco de enfrentar o crime em nome da paz, e não aceitar quem elogia criminosos. Podemos ser melhores. E mudarmos nosso pequeno universo. O contexto é favorável. 


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