Biblioteca Pública Josué Guimarães resiste à Era Tecnológica

Biblioteca Pública Josué Guimarães resiste à Era Tecnológica

Longe de ser uma ameaça, a tecnologia complementa o serviço das bibliotecas

Amanda Krohn / Unisinos

Com 19 mil empréstimos no ano, a Biblioteca segue atendendo na porta de entrada, devido às precauções da pandemia

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Internet, Google, livros digitais, mídias sociais… A era tecnológica veio pra ficar. Mas seria ela uma ameaça às bibliotecas e aos livros físicos? De acordo com a diretora da Biblioteca Pública Municipal Josué Guimarães, Renata Borges, o avanço tecnológico, além de não afastar o interesse da população pela leitura de livros físicos, também melhora o atendimento e o serviço de empréstimos da biblioteca. “Muita gente usa o celular para fazer a pesquisa, para mandar para a gente o livro que quer com a localização direto na estante, usa para fazer a reserva direto no sistema, para fazer renovação também…”, afirma a diretora.

Segundo Renata, a vida fica mais prática até para os usuários que preferem não utilizar o sistema Pergamum. “O fato dessas pessoas estarem disponíveis virtualmente para a gente agiliza também o atendimento, então não é só para os usuários que utilizam esses recursos que ficou mais rápido e mais fácil”, explica. A diretora acrescenta que as pessoas podem pedir a reserva de um livro pelo WhatsApp da biblioteca - (51) 3289-8078 -, para verificar se ele está disponível ou não e deixá-lo separado. “Isso faz com que a pessoa não perca a viagem indo para a biblioteca. Ela pode ir tendo a certeza de que o livro está lá”, complementa.

Com 19 mil empréstimos no ano, a Biblioteca segue atendendo na porta de entrada, devido às precauções da pandemia. Até o final de outubro, já tinham sido emprestados mais de 12 mil livros, segundo Renata. Além de livros em tinta, a biblioteca também empresta livros em Braille, revistas, CD’s, DVD’s e HQ’s, e é possível retirar até dez livros para 30 dias.

O vendedor aposentado Henrique Gentile Menezes, de 77 anos, visita a Biblioteca Pública Municipal Josué Guimarães pelo menos uma vez por mês e jamais trocaria um livro físico por um digital. “Estou mais acostumado a ler o livro de papel”, justifica. Quando a biblioteca permitia a permanência no interior, Henrique visitava-a toda semana.

Marilene Generali, de 79 anos, é professora aposentada do Estado e não vive sem os livros que busca na biblioteca. “Frequento há 40 anos. Acho de fácil acesso, tem um acervo vasto e bem diversificado, que atende todas as minhas preferências e exigências. Há livros de todas as nacionalidades”, afirma. “Consulto o acervo na internet e, se não está disponível o que eu quero, me oferecem algum parecido. Acho isso bem importante”, completa.

Para ela, os livros físicos são melhores do que os digitais. “É mais fácil de levar para todo lugar, e isso ninguém rouba, né?”, comenta. Por morar sozinha, Marilene considera os livros como uma boa companhia. Escolher um favorito é um desafio, mas ela comenta que tem alguns títulos em sua mente, sendo “A Elegância do Ouriço”, de Muriel Barbery, e “A Estrada da Cura”, de Neil Pert, os dois primeiros.


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