Não acredito em bruxas, mas...

Não acredito em bruxas, mas...

Não creio que jogadores façam corpo mole para derrubar o treinador, mas que há indicativos, há

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Começo com um ditado conhecido do amigo leitor: 
"No creo en brujas, pero que las hay, las hay”. 
Certa feita, confinado pela pandemia, escrevi: 
"Para mim, empatia é um grande acontecimento. 
Assim como afinidade. 
Não desmereça o poder destes sentimentos.
Vai muito, vendo um programa de TV, lá estava Júnior, ex-lateral e meio-campista, atuando como comentarista.
Súbito, desanda a falar de Andrade. 
Preciso explicar quem foi Andrade. 
Trata-se de um auxiliar que, efetivado como treinador, tirou o Flamengo da zona intermediária da tabela e o levou a um título improvável de campeão brasileiro em 2009.
Sem perplexidade, ouço Júnior discorrer sobre a importância da empatia, afinidade, amizade do grupo com Andrade. 
Quando isto acontece, mesmo os descontados fisicamente viram leões."
Não creio que jogadores façam corpo mole para derrubar o treinador, mas que há indicativos, há.
Vejam os casos de Tiago Nunes e Mancini no Grêmio e de Medina no Inter. 
Vieram, viram e foram sem deixar saudades.
Agora, Paulo Sousa acaba se ser defenestrado pelo Flamengo. 
Com um elenco abundante e milionário, o time está quase casando com o rodapé da tabela. Após a quarta derrota em 10 jogos o homem foi despachado de volta para Portugal.
Em novembro de 2020 Abel, uma usina de empatia, desembarcou em Porto Alegre para substituir o fujão Eduardo Coudet. 
Com Abel, uma usina de empatia, o time obteve um recorde histórico de vitórias na era de pontos corridos do Brasileirão (nove) e só não levou o caneco porque este estava reservado para o Flamengo, o queridinho dos altos círculos.
Sábio, o torcedor desconfia de tudo que gera suspeita. 
Talvez, como este colunista, não acredite em bruxas. 
Mas que elas existem, existem.


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