Caiu o último reduto machista!

Caiu o último reduto machista!

Hoje cometo uma verdade exagerada sobre o mesmo tema: caiu o último reduto machista!

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Ontem falei do preconceito contra os treinadores cascudos. Hoje cometo uma verdade exagerada sobre o mesmo tema: caiu o último reduto machista!
Não vai tanto tempo assim, uma mulher que se arriscasse a ir a um jogo de futebol tinha que incorporar o espírito de Simone de Beauvoir. No estádio, dividia com o árbitro o xingamento, desaforos e deboches. Nenhum homem ficava omisso ou indiferente.
O comportamento humano é complexo. Uma mulher num estádio de futebol despontava toda miserabilidade preconceituosa e machista. Proferir que um dia elas estariam apitando, comentando ou narrando jogos despertava gargalhadas. Era engraçadíssimo conferir o horror estampado no rosto dos machões diante desta remotíssima possibilidade. 
Vejam hoje. As mulheres desfilam apitando, bandeirando, comentando e narrando como se o futebol fosse seu habitat desde os tempos jurássicos. Não se trata aqui da simples divisão de sexos nem tão somente do assunto em pauta, o futebol.
Sopra um inexplicável júbilo cada vez que um muro preconceituoso é derrubado. É quando realmente nos tornamos humanos.


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