A briga ao vivo, a lenda da faca e da utopia

Na carta de renúncia ao cargo de vice de futebol enviada por João Patrício Herrmann ao Conselho de Gestão do Internacional, consta uma recomendação. Segue.
“Com muito tempo de clube convido todos a refletir; o que queremos de nosso Inter e aonde queremos chegar? 
Pois os constantes protestos, ilações sobre pessoas e manifestações políticas de uma eleição que não acabou só nos deixem reféns de alguns interessados em que nada dê certo no clube. 
O clube é de todos e não pode ser refém de redes sociais, torcedores de interesses próprios, sindicatos, corporações, movimentos políticos e oportunistas. Se me permite uma sugestão, somente a união dos colorados nos colocará novamente em uma curva de crescimento.
Dias atrás li que sou conservador, confesso que não entendi bem, pois não sou refém de rótulos, mas se defender o Internacional e seu patrimônio é isto eu sempre serei conservador e defensor de Sport Club Internacional.”
Li uma obra interessante com o título Utopia, É de Thomas More. Muito embora “A República” de Platão, escrita antes da obra de More, trata de uma utopia, Afinal, qual o significado de utopia? Vamos ao dicionário.
“Utopia: substantivo feminino. 1) lugar ou estado ideal, de completa felicidade e harmonia entre os indivíduos; 
2) qualquer descrição imaginativa de uma sociedade ideal, fundamentada em leis justas e em instituições político-econômicas verdadeiramente comprometidas com o bem-estar da coletividade”.
Nos tempos internéticos, temos muitas disputas políticas virtuais. Nem sempre foi assim.
Para não ser traído pela memória, fui buscar dos dados no blogue “futebol & outras histórias”.
“Em 9 de março de 1975 José Asmuz, diretor de futebol do Internacional, e Gilberto Medeiros, vice-presidente colorado, foram convidados a comparecer no programa Jogo Aberto, da TV Difusora (atual Bandeirantes de Porto Alegre). Os dois dirigentes estavam se preparando para concorrerem à presidência do clube, no final do ano....
Voltando ao programa de TV. Medeiros não compareceu e Asmuz começou a dar sua versão dos fatos. De repente, Medeiros aparece na TV e declara: ‘ouvi em casa o que você disse. É tudo mentira’. E começou a contar sua versão. Só começou, porque Asmuz voou sobre Medeiros, agarrou-o pelos cabelos e começou a esmurrá-lo até derrubar o vice-presidente. Tudo ao vivo, na TV”.
Uma das lendas urbanas diz que um dirigente colorado até faca puxou durante uma reunião.
Herrmann é utópico quando sonha em união dos colorados. Quando não havia rede social, quando o mundo não era tão virtual, as desavenças se resolviam no tapa ou na faca se preciso. 
Harmonia? Nunca houve nem haverá.