O Inter não cruzou o Mampituba

Amigos, eu estava por escrever que nestes três últimos anos o Inter gastou entre R$ 600 e R$ 800 milhões com o futebol e não atravessou o Mampituba. 
Eis que logo percebo o tremendo equívoco.
Vejam.
Se eu escrever que gastou entre R$ 600 e R$ 800 milhões com o futebol e não atravessou o Mampituba ficará evidente que chegou até o Mampituba e ali naufragou.
Trata-se de uma mentira deslavada.

A verdade verdadeira é que o Inter gastou entre R$ 600 e R$ 800 milhões com o futebol nestes últimos três anos e sequer chegou ao Mampituba.
Nestes três anos quem chegou ao Mampituba foi o Grêmio, campeão do ruralito.
Nestes três funestos anos vermelhos o Inter gastou entre R$ 600 a R$ 800 milhões com o futebol e a maior façanha foi também o maior desastre. Estou falando da semifinal da Libertadores.

Fabrício Falkowski solicitou que os dois candidatos para presidente do Inter, Alessandro Barcellos, que busca a reeleição, e Roberto Melo, escrevessem um artigo para o Correio do Povo sobre os planos e projetos.
Foi publicado ontem.

Seguem trechos do que escreveu Barcellos:
“Em 2020, assumimos um clube que cansou de um mesmo modelo de gestão. Abraçamos o compromisso com a nossa torcida de fazer a mudança e fizemos. No caminho, acertamos, erramos e corrigimos. Estancamos a dívida, alcançamos superávit, aumentamos os patrocinadores do futebol e a receita de sócios...
Nesse nosso primeiro ciclo, ficamos devendo uma parte de nossas promessas.
Sabemos disso. Procuramos fazer nossa autocrítica com transparência diante dos colorados.
Mas precisávamos de iniciativa e coragem para mudar, pois era o que o Inter precisava e o que a torcida queria.”

Cansou de um mesmo modelo de gestão?
Qual? Aquele que num curto período lotou o museu de taças, sendo duas da Libertadores, uma do Mundial e uma da Sul-Americana?
Estancamos a dívida, alcançamos superávit.
Ops!

Sugiro que o clube retire do site o último balancete porque ele registra um déficit de R$ 40 milhões.
Quanto aos sócios, o Inter contava com 100 mil em 2009. São cerca de 100 mil hoje.
Ah! As receitas sociais.

Em 2019, gestão Medeiros, os associados deixaram R$ 74 milhões No ano passado, R$ 61 milhões.
Agora, a pérola, a cereja do bolo:
“Nesse nosso primeiro ciclo, ficamos devendo uma parte de nossas promessas”. Uma parte?
Refresco a memória com algumas das promessas:
“Seremos até o final de 2021 o clube mais moderno da América do Sul e, até 2023, estaremos entre os Top 3 de resultados de campo do Brasil, com equilíbrio econômico e financeiro.”

A outra era de que o clube chegaria aos 200 mil sócios pagantes. 
Mais uma promessa de Barcellos:
“Nossas metas são claras para a base: representar 40% da equipe profissional e no mínimo 4 jogadores na equipe titular. A equipe de gestão será voltada a realizar esse projeto.”
O amigo torcedor colorado citaria um jogador da base desta gestão que virou titular?
Um, só um, não dois.