O Brasil excludente que só olha para o próprio umbigo

O Brasil excludente que só olha para o próprio umbigo

A frase foi cometida por Leila Pinheiro, presidente do Palmeiras: “Quem não pode pagar R$ 50,00 para ir ao jogo, não vai”. É de uma boçalidade estonteante.

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A frase foi cometida por Leila Pinheiro, presidente do Palmeiras:
“Quem não pode pagar R$ 50,00 para ir ao jogo, não vai”.
É de uma boçalidade estonteante.
Ricaça, dona de avião e tudo mais, Leila escancara o Brasil excludente.
Não sei se esta senhora gosta de futebol ou da vitrina que o cargo dá.
O futebol é um assunto inserido nas entranhas da sociedade brasileira.
O assalariado foi chutado para fora das novas arenas.
Clubes ditos do povo extorquem sem pudor.
E gastam mal ainda mais despudoradamente.
O futebol, amigos, está se distanciando do povo.
Pessoas como Leila Pinheiro são responsáveis por isto.
Vai muito tempo o povo se embriagava de satisfação nas coreias dos estádios onde pingava uma moeda e podia ver seus ídolos.
Eram correspondidos com um futebol exuberante.
Num país terceiro-mundista o futebol virou artigo de luxo.
Alguém deveria dizer para esta senhora ricaça, dona de avião, que o Palmeiras não seria o Palmeiras não fossem os menos favorecidos, aqueles que ela varreu do estádio. Como o Flamengo não seria o Flamengo, o Inter não seria o Inter, o Grêmio não seria o Grêmio e por aí afora.
Os grandes clubes só recebem fortunas da TV porque estas vendem comerciais. Só vendem comerciais porque estes clubes têm torcidas imensas.
É o torcedor que não vai ao estádio que garante esta verba nababesca.
Pelo mesmo motivo os clubes conseguem vender espaços publicitários nas camisetas por preços astronômicos.
A verdade verdadeira é só uma: nenhum clube brasileiro seria grande, gigante, não fossem aqueles que não podem pagar os R$ 50,00.
Caia na real, Leila!
Sem falar na ocupação média dos estádios.
Raríssimos jogos têm 100% de ocupação. Quase sempre há lugar para mais 10, 15, 20 mil.
Beneficiados por planos governamentais com generosos descontos, parcelamentos intermináveis, perdão de juros e outros favores os clubes não devolvem nada para a sociedade e aqui me refiro aos menos favorecidos.
Leila Pinheiro é a cara deste Brasil excludente que só olha para o próprio umbigo.

 


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