Apreensão

Apreensão

Alina Souza

Para quem espera, o tempo custa a passar

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Para quem aguarda, o tempo custa a passar. Para quem quer deter a velocidade dos ponteiros, as horas avançam intrépidas sobre os dias. De um jeito ou de outro, temos pressa. Urgência de vida.

Após um ano de hospitais abarrotados e de instáveis e desafiantes protocolos, descobrimos uma vertiginosa euforia que proclama libertação. Muitos saíram às ruas com uma ansiedade jamais vista. Cansaram do distanciamento, levaram ao pé da letra o ditado de aproveitar o hoje sem pensar no amanhã e encararam as inocentes máscaras como sinônimo de amarras.

A pandemia trouxe à tona agitações antes guardadas em dimensões imperceptíveis. Fácil não é para ninguém. Haja esforço, paciência e compreensão. Parabéns aos que suportaram as aflições provocadas pelo isolamento e mantiveram-se cuidadosos em não só prevenir a si como aos outros principalmente.

Apesar das diferenças de posturas adotadas pela sociedade, todos temos em comum o desejo do tormento chegar ao fim. Queremos respostas, soluções, saídas. Medicamentos, vacinas. Sentimos nervosismo, apreensão, angústia — tal qual um senhor que se arrumou com esmero, em pleno calor, à espera persistente de um encontro especial.


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