Jornada

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Alina Souza

Leitor de jornal em gramado nos arredores do Anfiteatro Pôr do Sol.

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Abrimos páginas a fim de estendermos ideias.
Desde adolescente, folheio jornais para buscar informação, apreciar a junção de figuras e textos, perceber como encaixes fazem desencaixar o que parece infértil e bruto. Ao encontrar pessoas com olhos fixos no povoado de letras e imagens, recorro à máquina fotográfica para que o sentimento configure uma janela através da qual seja possível abrir muitas outras pela frente. Desejo que o homem fotografado reconheça a si no espaço aparentemente impessoal e limitado, cujo rascunho carrega marcas de emoção e longos minutos de devaneio. Quero contemplar a todos que enxergam além dos limites, dos parágrafos, dos cortes das fotografias, da tinta impressa no papel. Somos construção. Tão logo chegamos ao fim, voltamos à capa. Enquanto os dedos tocam a superfície, a mente vasculha o infinito. Entre substantivos, verbos, ângulos, cores e composições há a verdadeira tentativa de sentir o mundo. E provocar sentidos.


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