Arrecadação surpreendente

Arrecadação surpreendente

A mobilização do comediante Eduardo Gustavo Christ, conhecido como Badin, o Colono, ecoou pelas redes sociais.

Paula Maia

Nem eu nem ninguém esperava todo esse retorno.

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Quem está por trás do Badin, o Colono?

Meu nome é Eduardo Gustavo Christ, eu tenho 31 anos. Moro em Erechim, porém, eu sou natural de Aratiba. Morei lá até os meus 7 anos de idade, no Interior, depois a gente veio pra Erechim, a família toda. Eu sou engenheiro mecânico, de formação, trabalhei na área durante sete anos e aí, depois, surgiu o Badin aos poucos. E eu vi uma oportunidade de divulgar nossa cultura, porque via que tinha muito pouca gente divulgando essa nossa cultura aqui do Sul, nossos costumes, as formas de falar, e eu sempre quis mostrar isso para as pessoas.

Como começaste nas redes?

Comecei nas redes sociais lá em 2015 através de lives do Facebook, a gente fazia um programa de humor em uma rádio. Então a gente resolveu transmitir também pelo Facebook, fazer live, e aí as pessoas foram gostando, se identificando com o conteúdo. Um pouquinho antes disso, na verdade, comecei com áudios de WhatsApp imitando a minha mãe, então esse foi o primeiro contato. Esses áudios viralizaram e foi dando certo.

A vaquinha surgiu com o propósito de ajudar os atingidos pelas enchentes, quando chegou a R$ 200 mil, qual foi a tua reação?

Então, esse valor de R$ 200 mil já era um valor que eu achava bem alto. Porque normalmente eu via valor de R$ 50 mil, R$ 100 mil. Eu botei um valor alto porque sei que o estrago foi grande também. Era uma expectativa muito alta. Mas quando chegou nos R$ 200 mil nas primeiras 12 horas, eu falei ‘meu Deus do céu, cara, que legal, que bom que conseguimos isso vamos dobrar a meta’ e acreditar.

Tu esperavas todo esse retorno?

Nem eu nem ninguém esperava todo esse retorno. Foi uma causa abraçada por muita gente e conseguir esse valor de uma forma autônoma, como pessoa física, é difícil. Comparado, óbvio, com o que o governo vai repassar, não é muita coisa, mas como esse dinheiro do governo talvez demore mais, esse nosso dinheiro que foi doado de forma antecipada consegue pagar muita coisa urgente. Comprar ração para cachorro, remédio para criança doente, para as primeiras questões que eram mais urgentes esse dinheiro já ajudou bastante. 

De que forma essa situação toda mexeu contigo?

Eu acho que pelo desespero das pessoas por terem perdido tudo. Está muito complicada a situação lá. É bem pior do que as pessoas pensam. Tem muita gente que foi menos atendida e tem muita coisa que precisa ser feita para aquelas pessoas poderem se reerguer. Eu acho que esse é o ponto, sabe? Aquelas pessoas precisam de ajuda nesse momento urgente.

Interrompeste a lua de mel para fazer as ações de solidariedade?

Pois é, mas a causa é muito grande em relação a uma lua de mel. Viajar, depois a gente viaja de novo. Mas eu não tinha como não fazer nada, me sentia na obrigação de fazer alguma coisa pelo nosso povo. Meio que no intuito de que se cada um fizesse um pouco a gente chegaria longe, é mais ou menos por esse caminho que fui.

Como está a vida de casado?

Cara, sobre o casamento, era para ter vindo um ano e meio antes, mas aí veio para nossas vidas a nossa maior bênção, nossa filha. Aí a gente decidiu jogar para depois o casamento. Acho que se tu escolhes a pessoa certa para casar, as coisas melhoram muito. Só tem que escolher a pessoa certa, ter uma pessoa bacana do teu lado, que te apoia, que te ajude.

Qual a tua explicação para o teu sucesso?

Olha, eu acho que boa parte do sucesso do Badin é justamente pela questão da identificação das pessoas, por terem vivido essas situações. E o Badin mostra isso de uma forma leve, engraçada, traz muita memória afetiva das pessoas, porque muito do humor do Badin é identificação. Então trazer essas memórias, resgatar isso, fez com que muitos vídeos tivessem um alcance muito grande.


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