Rumo ao Miss Universo

Rumo ao Miss Universo

Maria Brechane, de 19 anos, terá a oportunidade de representar diversas Marias brasileiras por ter vencido a 69ª edição do Miss Brasil

Paula Maia

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Maria Brechane, de 19 anos, terá a oportunidade de representar diversas Marias brasileiras por ter vencido a 69ª edição do Miss Brasil, realizado em julho deste ano. Ela é a 15ª gaúcha a receber o título. A miss Brasil afirmou que ganhar a coroa que foi batizada com o nome de Ieda Maria Vargas, a primeira Maria a ganhar o título de Miss Universo, fez do momento ainda mais especial. A jovem diz que o maior desafio enfrentado na empreitada do miss Brasil foi o psicológico e destacou que o segredo está em cuidar bem da sua saúde mental. Maria tem sangue indígena e preserva muito a sua qualidade de vida. Ela afirma que aprendeu desde cedo os benefícios das ervas, chás e de uma alimentação saudável. Agora, ela se prepara para o Miss Universo, que vai ocorrer em 18 de novembro, em El Salvador.

Qual a principal mensagem que queres passar para inspirar as jovens mulheres? 

A principal mensagem que quero passar é de que se você quer você consegue. Hoje eu represento uma mulher que veio do Interior e que sonhava muito grande, que batalhou muito e conseguiu conquistar. 

E a campanha Maria Brasileira?

Então, hoje se realizou esse projeto que venho pensando há dois anos e que a Organização do Miss Universo do Rio Grande do Sul abraçou e fez se tornar realidade. Maria brasileira é a Maria que representa todas as Marias, todas as mulheres do nosso país, de norte a sul. E hoje, como realidade, eu represento no Miss Universo toda a mulher brasileira, toda a nossa cultura, toda a nossa história, o nosso passado, tudo que nós ainda temos a conquistar. É preciso muito estudo e muita dedicação para ser miss e representar seu país inteiro. Então, ter passado por toda essa jornada de Maria Brasileira, hoje indo para o Miss Universo, foi o auxílio todo que eu precisava. 

Qual foi a maior dificuldade nessa campanha?

Então, o mais difícil nessa campanha e na vida de miss, modelo e comunicadora eu acredito que seja a questão de se manter sempre bem no psicológico. Você vai para um confinamento, você vai para um concurso com mulheres lindas, “super” bem preparadas, você precisa acreditar muito no seu potencial. Sempre cuidar da saúde mental é a chave para conseguir manter tanto o corpo quanto a mente saudáveis e, assim, conquistar os objetivos.

Como é que tu cuidas da tua saúde mental? 

Desde os 9 anos faço terapia, a minha mãe é a maior incentivadora e todos na minha casa vão à terapia regularmente. Conversar com alguém, não guardar para si, é fundamental. Porque, às vezes, temos alguns pensamentos que é só verbalizar que se entende que são pequenos perto de tantas outras conquistas boas. 

És adepta a uma alimentação saudável, uso de chás e ervas, como isso entrou na tua vida?

A minha avó é indígena e eu tenho essa ascendência. Então, desde pequenininha, sempre fui criada com alimentação sendo a base de uma vida saudável e da qualidade de vida. Tanto os chás, como ervas medicinais, alimentação, exercícios físicos sempre foram postos como remédios naturais da vida. Não sou adepta ao uso de medicamentos, porque esses naturais garantem toda a saúde necessária, mesmo tendo consciência de que a indústria farmacêutica veio para nos ajudar. E é muito importante falar isso. Nós temos remédios muito importantes que precisam ser usados. E, bom, se você cuida da saúde, você evita muitas coisas. Então é cuidar da alimentação em primeiro lugar.

Sua coroa foi batizada com o nome da primeira brasileira a ganhar o Miss Universo, Ieda Maria Vargas. Qual o significado pra ti?

Torna tudo muito mais especial ter a coroa com o nome de Ieda Maria Vargas. Ela nos representou no Miss Universo, conquistou essa coroa e eu tive a oportunidade de conhecer, conversar, tomar o meu primeiro café da manhã com o Miss ao lado dela. Tenho hoje um carinho e um apego muito grande pela Ieda, porque ela se tornou como aquela figura materna. Ela é um guia, é uma pessoa que me inspira muito. Ter hoje a coroa Ieda Maria é muito especial para mim. 

Como é que foi a conversa com ela?

Nesse café da manhã, ela me disse algo que nunca mais vou esquecer, que pretendo que se torne realidade. Ela disse que me enxergava no Universo como Miss. Então se Ieda disse isso, eu não posso provar o contrário.

Como está a campanha do Miss Universo?

A campanha está sendo montada. Queremos levar a mulher brasileira, toda essa cor e gingado muito nosso. A preparação é muito intensa, diversas aulas, como oratória, inglês e espanhol, estão sendo feitas para que quando eu chegue lá e possa me comunicar com todas as candidatas, jurados, e o próprio público e plateia.

Qual a principal característica da mulher brasileira?

É a força. Temos uma força que é difícil encontrar em qualquer lugar. Temos uma garra muito grande, nós queremos, nós conquistamos. Temos voz e nos fazemos ser ouvidas. Isso é muito importante.

Qual o momento mais significativo da jornada do Miss Brasil?

Eu sinto que é toda vez que eu volto para a casa e reencontro a minha avó. Porque eu desço do palco e lembro dela, que fica em casa, ansiosa, mas depois realizada de ver que neta está conquistando tantas coisas boas. E como eu tenho esse carinho muito grande por ela, e ela não tem celular, então esse contato humano é muito especial. 

Depois do Miss Brasil, o que a tua avó falou?

“Minha neta você é mais do que um orgulho”. Antes do miss Brasil ela me disse: “Seja você mesma, o mundo vai adorar te conhecer”.

Como achas que a diversidade e a inclusão podem ser promovidas de maneira mais eficaz na sociedade? 

Os próprios concursos de beleza vêm trazendo muito isso. A sociedade em conjunto vem evoluindo muito. Nós podemos falar de diversas maneiras de inclusão. Como mulheres e mães casadas em concursos, como professores de libra ou pessoas que sejam bilíngues e possam dar esse acesso, mais Braille nos estabelecimentos. Assim, todas as pessoas se sentem confortáveis de ir a todos os lugares. Nós precisamos falar muito sobre isso. A própria mulher, no seu espaço de trabalho, precisa se sentir confortável. Quando você abraça as causas do seu redor e não fica olhando apenas para baixo, você consegue deixar o mundo mais leve para muitas pessoas.

Como tu planejas usar a tua influência como miss Brasil, e quem sabe como miss Universo, para promover uma imagem positiva e combater esses estereótipos prejudiciais?

Muitos estereótipos vêm pela falta de conhecimento. Eu prego muito a educação. A educação na escola e a extracurricular. Eu sei que quanto mais entendemos como o mundo funciona, mais sabemos como tratar o outro. Eu friso na pauta de educação e conhecimento. Quando olhamos para o lado e sabemos o que está acontecendo, não temos o preconceito de nada. 

Principal desafio no Miss Universo.

São mais de 110 candidatas, 15 dias de confinamento, sinto que vai ser a saudade. Às vezes nós precisamos apenas de um abraço, do pai, da mãe, para se sentir confortável. O carinho do povo brasileiro e da família vai ser fundamental nesta jornada.

 


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