Grandes operações ainda em 2023

Grandes operações ainda em 2023

General de exército Hertz Pires do Nascimento assumiu o Comando Militar do Sul (CMS) em abril deste ano e já tem diversos desafios pela frente

Christian Bueller

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Qual será o principal foco de sua gestão à frente do Comando Militar do Sul (CMS)?

O meu foco é a operacionalidade das tropas dos três estados que fazem parte do Comando Militar do Sul, ou seja, do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Isso significa priorizar o adestramento da tropa, de forma que os nossos militares estejam sempre em condições de ser empregados nas diversas missões atribuídas ao Exército, na área deste Comando Militar de Área. O meu outro foco é a reparação do patrimônio físico das instalações das unidades militares.

Quais as missões mais importantes que o comando terá na sequência, ainda em 2023?

Seremos empregados em grandes operações ainda este ano. Destaco a Operação Ágata Conjunta, que é uma ação envolvendo órgãos de fiscalização e de segurança federais e estaduais para coibir crimes transfronteiriços e ambientais. O crime transnacional reflete diretamente na violência nas cidades e traz outros malefícios à população. Precisamos da integração de esforços para que essa ação conjunta garanta uma fronteira segura.

Teremos também duas grandes manobras militares, que são a Operação Arandu, que ocorrerá em território argentino, no fim de julho, e a Operação Paraná III, em agosto, na área da 15ª Brigada de Infantaria Mecanizada, de Cascavel/PR. Este treinamento, que reunirá militares de 17 países integrantes da Conferência dos Exércitos Americanos, consistirá num exercício simulando um grande acidente natural, onde serão necessários empregar nossas capacidades de comando e controle, aeronaves, meios de evacuação e de engenharia em apoio à população afetada.

Muitas destas operações são com militares estrangeiros. Qual a importância desta integração entre as tropas?

Chamamos de diplomacia militar essa integração entre os exércitos de vários países. É uma troca de experiência, de conhecimentos, tendo em vista que essa interação ocorre com exércitos que estão ou foram empregados em missões de paz e também em combate, como é o caso do exército dos Estados Unidos.

O trabalho da Engenharia de Construção do Exército tem sido bastante elogiado, principalmente, na questão da duplicação da BR-116. O que já foi entregue e o que ainda será feito no futuro?

A obra de duplicação do trecho sul da rodovia, que cabe ao Comando Militar do Sul, é de 51 quilômetros. Desses, 36 já foram entregues. Ainda este ano, nós vamos entregar mais 9 quilômetros à população e a nossa expectativa é de que os lotes 1 e 2 estejam concluídos até o fim do próximo ano.

O senhor pode falar um pouco mais sobre o programa estratégico “Forças Blindadas”, que tem o objetivo de obter viaturas blindadas. Podemos esperar novidades para este ano, não é mesmo?

As guerras modernas mostram que a viatura blindada é indispensável na defesa do território. Trabalhamos, com a indústria nacional, para desenvolver novas tecnologias e equipamentos. Esperamos ainda em 2023 receber dois exemplares da Viatura Blindada de Cavalaria Média Sobre Rodas, a Centauro 8X8, dotada de modernos sistemas de pontaria, comando e controle e de um canhão de alta precisão.

O que senhor está achando desta volta ao Rio Grande do Sul, onde já teve passagens marcantes? Quais as características dos militares gaúchos que o senhor destaca?

Comandar o Comando Militar do Sul tem sido para mim mais um motivo de muita satisfação profissional na minha caminhada. As razões estão na vocação da tropa e de seus equipamentos para a defesa da pátria, a capacidade e o comprometimento dos militares dos três estados e as amizades conquistadas ao longo de nossa passagem por Santa Maria, Sant’Ana do Livramento, Bagé e, agora em Porto Alegre, bem como as que estabelecemos em Curitiba e Florianópolis.


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